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Com 30 mil e sem líderes, protesto em BH começa em festa e termina em tumulto

Embora tenha ocorrido de forma pacífica durante boa parte do tempo, a manifestação iniciada no começo da tarde desta segunda-feira pelas ruas de Belo Horizonte (MG) foi marcada por um tumulto generalizado, com a Polícia Militar usando bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha para conter os manifestantes - Dudu Macedo/Futura Press
Embora tenha ocorrido de forma pacífica durante boa parte do tempo, a manifestação iniciada no começo da tarde desta segunda-feira pelas ruas de Belo Horizonte (MG) foi marcada por um tumulto generalizado, com a Polícia Militar usando bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha para conter os manifestantes Imagem: Dudu Macedo/Futura Press

Carlos Eduardo Cherem

Do UOL, em Belo Horizonte

17/06/2013 22h39

Por volta de 12h desta segunda-feira (17), milhares de manifestantes começaram a se reunir na praça Sete, no hipercentro de Belo Horizonte, protestando contra os gastos do governo com a Copa das Confederações e do Mundo e pela redução no preços das passagens do transporte público. Em poucos minutos, a praça foi tomada e o trânsito interrompido. Os manifestantes seguiram em passeata pela avenida Afonso Pena, em direção ao Mineirão. A Polícia Militar abriu caminho para os manifestantes.

“Está muito bonito. Pacífico e ordeiro. Não há necessidade de intervenção”, afirmou a tenente-coronel Cláudia Romualdo que caminhou junto com os manifestantes, aplaudida e elogiada, a militar posava para fotos, ganhou flores e foi chamada até de “presidenta” por populares. “Só não pode chegar até o Mineirão. Lá o controle não é nosso”, afirmou Cláudia Romualdo.

A militar estimou em 30 mil pessoas o número de manifestantes. “É a maior manifestação na cidade, desde os anos 1990, quando os cara pintadas foram para as ruas”, afirmou a militar, recordando das passeatas em 1992, pela queda do ex-presidente Fernando Collor de Mello.

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A multidão percorreu a avenida Afonso Pena e entrou, pelo complexo de viadutos da rodoviária, na avenida Antonio Carlos, até o Mineirão. Apoiada pela população que aplaudia o mar de gente que transitava pela via.

Foi uma festa até a entrada da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Alguns jovens fizeram pichações no trajeto, outros, a exemplo de punks, soltaram alguma bombas, mas eram imediatamente censurados pelos manifestantes e vaiados. Tudo ia bem.

Na entrada da UFMG, a PM fez uma primeira tentativa de bloquear a passagem da multidão. “É só até aqui. Daqui em diante, o controle é da Fifa”, afirmou. Mas não havia interlocutores.

Protesto espontâneo

Não havia com quem conversar. Não havia lideranças que controlassem a multidão e pudesse negociar, assim, o tumulto generalizou-se. O que era uma festa virou um caos. Balas de borracha atiradas para o alto, bombas de gás lacrimogêneo e pedras atiradas pelos policiais. Durante 30 minutos, ente 17h e 17h30, houve o primeiro confronto. No impasse, a PM permitiu a continuidade da passeata.

Os manifestantes continuaram sua marcha, seguindo pela avenida Antônio Carlos, até o viaduto José de Alencar, na entrada do Mineirão. Ali, a PM alegando que “dali em diante não poderiam passar” criou-se novo tumulto. Não havia conversações e os manifestantes não arredavam o pé do local. O impasse durou cerca de 40 minutos.

Por volta de 19h, a tropa de choque entrou em ação e dispersou as pessoas. Novamente, pela segunda vez, o confronto generalizou-se fazendo com que a população se dispersasse, iniciaram-se então novas manifestações nas imediações. Cones de trânsito e banheiros químicos foram queimados nas imediações do estádio.

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