UOL na JMJ: Guaratiba quase deixou de ser apenas um lugar longe de tudo
Quando anunciaram que a vigília e a missa de encerramento da Jornada Mundial da Juventude seriam na longínqua e semi-rural Guaratiba, o estranhamento foi geral. “Guara o quê?” Afinal, escolher um local a 60 km do centro, quase sem estrutura para receber cerca de 2 milhões de pessoas, é no mínimo curioso.
Ainda em maio, visitei o bairro e, conversando com os moradores, a impressão inicial se confirmou.
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Ostentando alguns dos piores índices de desenvolvimento da capital fluminense, ruas sem calçamentos cortadas por valas de esgoto a céu aberto, perto das quais crianças e galinhas brincavam sem problema, o bairro não parecia a melhor opção para receber o chefe da Igreja Católica.
O Campus Fidei, ou Campo da Fé em bom português, como foi batizada a fazenda emprestada por um empresário para a realização do evento, menos ainda; até então, o local parecia apenas uma imensidão de mato e terra quase vermelha, na qual entravam sem parar caminhões que pintavam de poeira as casas da vizinhança.
Ficou comigo a tarefa de acompanhar a vigília, quando os jovens, depois de caminhar uns bons quilômetros, se encontrariam para orar junto ao papa e passar à noite acampados no tal campo, à espera da missa final do evento, também com Francisco.
Com o passar da semana, a ansiedade com a cobertura da vigília crescia. Como o trânsito estaria fechado, a única forma de entrar em Guaratiba seria peregrinando - e caminhar 13 km não é bem a forma mais agradável de começar e terminar um dia de trabalho.
A outra única opção disponível era embarcar nos ônibus da organização destinados à imprensa, que sairiam em alguns (poucos) horários marcados e previam um trajeto de cerca de três horas entre Copacabana e o bairro da zona oeste.
Isso sem mencionar a chuva e o frio que insistiram em contrariar a imagem idílica de inverno tropical que os peregrinos esperavam encontrar no Rio de Janeiro.
Assim como muitos colegas, comemorei a mudança da vigília e da missa de envio para as areias de Copacabana. Mais perto, menos perrengue. O alívio durou até a visita que fiz a Guaratiba nesse sábado (27).
A vigília, que para mim era apenas sinônimo de muito trabalho para conseguir, enfim, trabalhar, para os moradores do bairro era o evento. Os tais 2 milhões eram sinônimo de vida nova, um dinheirinho a mais no fim do mês, uma forma de se referir ao bairro que não acompanhasse apenas longe, pobre e sem infraestrutura.
Como definiu o marmoreiro Rodrigo Silva, que construiu 12 banheiros em frente a um terreno agora vazio, e terminou sendo a pessoa que mais me tocou durante toda essa cobertura: “Todo mundo perdeu. E ainda tenho que pagar os pedreiros na segunda-feira". Que já chegou.
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