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Manifestantes protestam em meio a peregrinos em Copacabana; PM deixa canhão de água de prontidão

Guilherme Balza*

Do UOL, no Rio

26/07/2013 17h46Atualizada em 26/07/2013 20h17

Um grupo de aproximadamente 200 manifestantes iniciou um protesto na praça Cardeal Arcoverde, em Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro, por volta de 17h desta sexta-feira (26). Em meio aos peregrinos que se dirigiam à praia para o evento com o papa Francisco, eles exibiam cartazes contra o governador Sérgio Cabral (PMDB) e contra os gastos públicos usados na Jornada Mundial da Juventude.

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Os manifestantes seguiram pela Barata Ribeiro. O comércio na rua fechou as portas. Depois os manifestantes seguiram para a avenida Princesa Isabel no sentido praia de Copacabana. Como a via estava interditada, eles seguiram pela Prado Junior e chegaram até a praia.

Eles conseguiram chegar perto do palco onde houve uma encenação da Via Sacra com a presença do papa, após a intervenção do ministro Gilberto Carvalho.

Muitos peregrinos ficaram assustados com a presença dos manifestantes e evitaram se misturar a eles. Alguns rezavam quando o protesto passava por eles.

"Estamos rezando para acalmar esse povo. Protestar contra o Cabral em um evento católico não tem sentido", afirmou a recepcionista Elisamara Narcisa, 25, peregrina do Rio de Janeiro.

Dezenas de carros da PM (Polícia Militar) acompanham o protesto, muitos deles do Batalhão de Choque. O carro blindado com canhão de água, comprado recentemente pelo governo do Estado, está de prontidão para ser usado contra os manifestantes, caso a polícia veja necessidade.  

Policiais circulam entre os manifestantes, em uma nova forma de abordagem adotada pela polícia para conter confrontos e vandalismo. Mochilas de manifestantes são revistadas pelos policiais.

"Sou branco de classe média e não fui revistado. Vi um monte de negros e pobres sendo revistados. Ninguém da Jornada Mundial da Juventude foi revistado. Posso me vestir como católico e carregar coquetel molotov", afirmou Thiago Tomazine, 22, estudante de biologia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

 

Segundo o tenente-coronel Claudio Costa, a exemplo da manifestação de ontem, PMs comuns irão acompanhar o protesto, caso os manifestantes se desloquem pelas ruas do bairro. O Choque acompanhará o ato à distância e será acionado se necessário.

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  • Arte/UOL

Nos cartazes mostrados pelos manifestantes, constam dizeres irônicos contra Cabral. “Se Deus é brasileiro, o diabo é carioca: Sérgio Cabral”. Alguns manifestantes aproveitam para expor seu ateísmo. “Me chamo Jesus e vim para lhes dizer que Deus não existe.”

Alguns peregrinos vaiaram os ativistas ateus. Houve princípio de bate-boca, mas depois os ânimos se acalmaram. Um grupo de voluntários da JMJ fez um cordão de isolamento para que peregrinos pudessem sair da estação de metrô da praça Cardeal Arcoverde.

"Este é um protesto contra os gastos públicos com a vinda do papa e todos os abusos deste governo. Está mais do que dito pelo povo tudo de errado que está acontecendo, e as manifestações mostram isso. Só espero que não aconteça desta vez o que tem acontecido nos protestos", disse a atriz Lis Coelho, referindo-se aos confrontos entre policiais e manifestantes.

O grupo protesta também contra os gastos públicos no Campus Fidei, em Guaratiba, na zona oeste, área que receberia os últimos eventos da Jornada Mundial da Juventude e foi descartada por conta da lama causada pela chuva dos últimos dias.

"E todo o dinheiro gasto em Guaratiba? Vai para onde? Foi para a lama", disse o vendedor Sérgio Murilo. Em um dos cartazes se lê "Chega de festa com o meu dinheiro".

A PM não informou quantos policiais vão acompanhar o protesto.

Os manifestantes disseram acreditar que o protesto desta sexta-feira não irá reunir muita gente, até pela dificuldade de chegar a Copacabana. Eles também não conseguirão chegar perto do palco onde o papa ficará, pois toda a orla já está tomada por peregrinos.

* Com Estadão Conteúdo

Protestos no Rio de Janeiro
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