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PF desmonta esquema que enviava 150 mil cartas por dia usando selos falsos

Materia apreendido pela Polícia Federal durante operação realizada na semana passada - Polícia Federal/Divulgação
Materia apreendido pela Polícia Federal durante operação realizada na semana passada Imagem: Polícia Federal/Divulgação

Rafael Moro Martins

Do UOL, em Curitiba

14/10/2013 11h56Atualizada em 14/10/2013 11h56

A Polícia Federal prendeu na sexta-feira (11), em Curitiba, dois envolvidos no que pode ser a maior distribuição de selos postais falsos da história do País. Os selos, provavelmente fabricados em São Paulo, eram usados por uma empresa curitibana que distribui cartões magnéticos para bancos e outras empresas.

“O grupo chegava a entregar até 150 mil cartas por dia com selos falsos. Por ano, causavam prejuízo de mais de R$ 40 milhões aos Correios, à Casa da Moeda (que fabrica os selos usados no Brasil) e à arrecadação federal”, disse nesta segunda (14) o delegado Carlos Roberto Bacila, que comanda as investigações em Curitiba.

Os dois envolvidos foram presos na sexta quando entregavam um lote de 150 mil correspondências com selos falsos na agência central dos Correios, no Rebouças, região central de Curitiba.

Deixando de comprar os selos verdadeiros, a empresa economizava cerca de R$ 3 milhões, estimou a PF. Com isso, vencia concorrências públicas e contratos para atender a empresas privadas com o envio de cartões pelos Correios.

Os dois presos são o gerente e um funcionário da empresa. “O primeiro foi preso em flagrante na agência central dos Correios entregando 80 mil cartas com selos falsos na manhã de sexta. À tarde, foi preso o gerente, com outras milhares de correspondências”, disse Bacila.

O chefe do esquema, segundo o delegado, é o proprietário. A prisão dele já foi pedida à Justiça, mas o mandado ainda não fora emitido até o final da manhã desta segunda. A PF não revelou o nome da empresa e a identidade dos presos.

“O importante é que a derrama de um milhão de selos falsos por mês no País foi contida. Talvez seja a maior apreensão de selos falsos da história. Agora, vamos atrás de quem fabricava os selos”, informou Bacila.

A investigação começou em 2012, quando um funcionário dos Correios em Goiânia suspeitou da autenticidade do selo em uma das correspondências enviadas pela empresa. Um laudo da Casa da Moeda confirmou a falsificação, e investigações foram abertas pela PF. “Há inquéritos por todo o país para apurar o caso, e pessoas de outros estados envolvidas no esquema”, falou.

A PF descarta a participação de funcionários dos Correios. “[Ao contrário,] A direção da estatal colaborou com a investigação”, disse o delegado.