Aluna da USP acusada de desviar R$ 1 milhão vira ré por golpe em lotérica
Acusada de desviar R$ 927 mil arrecadados por alunos de medicina para pagar uma formatura em 2022, a estudante da USP Alicia Dudy Muller Veiga, 26, também virou ré por desvio de R$ 192,9 mil de uma lotéria na zona sul de São Paulo.
O que aconteceu?
A decisão é de uma juíza da 32ª Vara Criminal da capital. O acolhimento da denúncia foi confirmado ao UOL pelo Tribunal de Justiça e pelo advogado da aluna, Sérgio Ricardo Stocco.
Houve o recebimento da denúncia pela Justiça, mas ainda não aconteceu a primeria audiência. Ainda precisam recolher provas e ouvir testemunhas.
Sérgio Ricardo Stocco, advogado a Alicia
A denúncia foi acolhida no dia 29 de novembro. A informação, no entanto, só foi revelada hoje porque está em segredo de Justiça.
Alicia foi denunciada pelo Ministério Público por estelionato. A acusação é de que ela fez apostas de R$ 891 mil na casa lotérica, mas, quando foi pagar, transferiu apenas R$ 891 via Pix.
Quando a gerente da lotérica notou o golpe, já era tarde. A funcionária desconfiou de Alicia ao perceber que, em vez do pagamento, a estudante havia feito apenas um agendamento por Pix.
Questionada, Alicia mostrou o extrato de transferência de R$ 891. O problema é que a funcionária já havia formalizado apostas de R$ 193,8 mil.
Alicia ganhou dinheiro em apostas
Entre abril e julho de 2022, Alicia realizou ao menos R$ 397,2 mil em apostas no mesmo lugar. Ela ganhou R$ 366,6 mil em prêmios. Apesar de perder dinheiro, o método teria servido para lavar o dinheiro da formatura, disse a polícia na época.
Depois de diversas apostas na casa dos R$ 10 mil, a lotérica procurou a polícia alegando estelionato. Foi no dia 12 de julho que Alicia realizou as apostas de R$ 193 mil sem que a transferência por Pix fosse efetuada.
Desvio da formatura
Em janeiro do ano passado, Alicia confessou o desvio de R$ 937 mil da formatura. Admitiu também apropriação indébita de parte desse valor.
Alicia disse que tirou o valor da empresa contratada para arrecadar o dinheiro da festa. Ela alegou que a verba não era bem administrada pela empresa de formatura que havia sido contratada.
Membro da comissão de formatura, Alicia resolveu administrar o dinheiro por conta própria. Ela disse que fez "péssimas aplicações" e perdeu dinheiro. Para recuperar os valores, ela teria realizado as apostas na lotérica.
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Quero receberA aluna também afirmou que usou parte do dinheiro "para benefício próprio". Com os valores, bancou o aluguel de um apartamento e de um carro, além de ter ter comprado equipamentos eletrônicos.
Em razão dessas acusações, Alicia virou ré pela primeira vez em março do ano passado.
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