Fonte para denúncia contra o PCC, celular na cadeia tem promessa de bloqueio há 7 anos
O governo de São Paulo prometeu nesta semana assinar até o próximo dia 5 de dezembro o contrato para instalação de bloqueadores em 23 das 157 unidades prisionais presídios do Estado. A promessa, entretanto, não é novidade para os paulistas: é feita ao menos desde 2006, durante a onda de violência promovida pelo PCC (Primeiro Comando da Capital). A licitação para o serviço teve o edital divulgado terça-feira (15).
Neste ano, porém, foram justamente gravações de ligações de celular feitas por membros da facção criminosa, rastreadas mediante autorização judicial, que possibilitaram ao Ministério Público Estadual denunciar 175 integrantes do grupo --14 rejeitados pela Justiça. O MP recorreu ao Tribunal de Justiça de São Paulo.
Em 2006, os bloqueadores eram citados como possível solução à onda de ataques comandada pelos membros da facção criminosa a partir dos presídios. Até então, era a maior onda de violência já promovida no Estado por uma facção criminosa: em oito dias, o governo contabilizou 373 ataques, nos quais 154 pessoas morreram --24 policiais militares, 11 policiais civis, nove agentes penitenciários e 110 cidadãos.
Não só o governo estadual prometeu agilizar a instalação dos bloqueadores nos presídios paulistas, há sete anos, mas o governo federal também anunciava semanas após a onda de ataques sua contribuição: o então ministro das Comunicações, Hélio Costa, anunciava visita a uma empresa norte-americana que fabrica bloqueadores de sinal de celular. Além do governo dos EUA, o grupo atendia à época também o exército daquele país.
No final do ano passado, novamente o governo federal se referiria aos bloqueadores: dessa vez, com promessa do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, em um pacote de ajuda ao Estado que incluiria também um moderno sistema de bloqueio de celulares em presídios. Na ocasião, novos ataques de integrantes do PCC resultaram na morte de quase 100 PMs.
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Dois sistemas de bloqueio de sinal chegaram a ser testados em São Paulo no início deste ano –no caso, o gerador de ruídos e o simulador de ERB (estação rádio base).
Indagada pela reportagem do UOL, a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) do Estado não soube informar o porquê da demora em instalar o dispositivo prometido em 2006. Por outro lado, enfatizou que, desde então, “com o objetivo de evitar a entrada de objetos ilícitos em suas unidades prisionais, intensificou os procedimentos de revistas” e padronizou procedimentos de visita e recebimento de mercadorias para consumo.
A pasta mencionou ainda investimento de R$ 34 milhões para aquisição de equipamentos de raio-X de maior e menor porte, além de portais detectores de metais para funcionários e visitantes e bancos detectores de metais.
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