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"Jogaram ela que nem bicho", diz marido de mulher arrastada pela PM no Rio

A mulher foi arrastada no caminho do hospital após o porta-malas onde havia sido colocada pela Polícia Militar se abrir - Reprodução/Extra
A mulher foi arrastada no caminho do hospital após o porta-malas onde havia sido colocada pela Polícia Militar se abrir Imagem: Reprodução/Extra

Do UOL, no Rio

17/03/2014 12h20

O marido de Cláudia Silva Ferreira, 38, baleada na comunidade Congonha, em Madureira, na zona norte do Rio de Janeiro, no domingo (16) e arrastada no caminho do hospital após o porta-malas onde havia sido colocada pela Polícia Militar se abrir, afirmou que ela foi tratada “que nem bicho”. Alexandre Fernandes da Silva concedeu entrevista na manhã desta segunda-feira (17) à “GloboNews”.

“Foi um descaso que eles fizeram, jogaram ela que nem bicho dentro do carro e saíram. Queremos que a justiça seja feita”, disse o marido de Cláudia.

O tenente-coronel Cláudio Costa, porta-voz da Polícia Militar, afirmou também em entrevista à emissora que os policiais que socorreram Cláudia e a levaram em um porta-malas para o hospital podem ser expulsos da corporação.

Um cinegrafista amador registrou as imagens da mulher sendo arrastada após o porta-malas se abrir. Dois subtenentes e um soldado resgataram a vítima na rua Joana Resende e a colocaram dentro do porta-malas. No caminho para o Hospital Carlos Chagas, o porta-malas se abriu e parte do corpo da moradora da comunidade foi arrastado.

Os três policiais do Batalhão de Rocha Miranda foram autuados pelo artigo 324 do Código Penal Militar, que é deixar de observar a lei ou regulamento, dando prejuízo à administração militar.

Em nota, o comando da Polícia Militar diz que "este tipo de conduta não condiz com um dos principais valores da corporação, que é a preservação da vida e dignidade humana". A morte de Cláudia provocou dois protestos na Avenida Edgar Romero, que passa próximo à comunidade. De manhã, moradores queimaram lixeiras e interditaram a rua. À noite, eles voltara a ocupar a avenida e queimaram ônibus.

Na ação policial na comunidade da Congonha, um homem também morreu. Segundo a polícia, ele foi baleado quando atirou contra policiais.