Vídeo mostra PMs ameaçando jovens durante enterro em Teresina
Um vídeo publicado na internet por um grupo chamado “Irmandade Correria” mostra homens da Força Tática da PM (Polícia Militar) do Piauí ameaçando um grupo de jovens durante um enterro no cemitério Santa Cruz, localizado no bairro Promorar, em Teresina.
A abordagem policial ocorreu no último dia 9, durante o enterro do adolescente Antônio Clécio dos Santos Silva, 17, que morreu após fazer um arrastão na casa de um policial militar, localizada no Planalto Santa Fé.
O adolescente teria roubado, junto com outros pertences, a arma do policial, que saiu em perseguição e acabou atirando na cabeça do acusado, que morreu na hora. Outros dois jovens também teriam sido baleados, mas conseguiram fugir.
Nas imagens, o grupo aparece enfileirado com as mãos na cabeça dentro do cemitério. Enquanto os jovens estão em fila, policiais ficam andando fortemente armados e fazendo ameaças.
“Aquele p... que morreu era colega de vocês, não era? Foi invadir casa de polícia, tomou no c...”, diz um dos policiais.
“Entrem de novo em casa de polícia pra vocês verem. Vão se lascar”, ameaça outro policial.
Enquanto os policiais andam ao lado do grupo um militar grita: “eu vou torar o c... de vocês com uma pêia bem grande”.
Em seguida, um dos jovens começa a passar mal, e os militares começam caçoar da situação, dizendo “o Judas tá passando mal, número 7”.
"Eu vou desmaiar, seu 07, eu vou desmaiar...’”, responde um outro militar com voz, caricaturando o rapaz passando mal .
Em outro momento do vídeo, a polícia ordena que os jovens se sentassem no chão, mas antes eles tiveram de responder a algumas perguntas com a frase “Sim, senhor”.
Corregedoria
Questionada sobre a abordagem policial ao grupo no cemitério, a corregedoria da PM justificou ao UOL nesta quarta-feira (16) que a ação da polícia ocorreu porque o grupo era suspeito de planejar por vingança a morte do policial.
O corregedor da PM coronel Marcos Davi da Silva informou que o policial acusado de matar o adolescente se apresentou à corregedoria da PM, no dia 10, e alegou legítima defesa. O nome do militar não foi divulgado.
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