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Polícia recupera pistolas e submetralhadoras roubadas em MG

A Polícia Civil de Minas Gerais recuperou 33 pistolas e seis submetralhadoras roubadas da Central de Escolta, em março - Rayder Bragon/UOL
A Polícia Civil de Minas Gerais recuperou 33 pistolas e seis submetralhadoras roubadas da Central de Escolta, em março Imagem: Rayder Bragon/UOL

Rayder Bragon

Do UOL, em Belo Horizonte

21/04/2014 15h36

A Polícia Civil de Minas Gerais anunciou nesta segunda-feira (21) que foi recuperada quase a totalidade de armamento roubado no dia 24 do mês passado na central de escoltas de Ribeirão das Neves, localizada na região metropolitana de Belo Horizonte.

Durante uma coletiva dada à imprensa no Departamento de Operações Especiais (Deoesp), em Belo Horizonte, o chefe da unidade informou que quatro pessoas foram presas na madrugada desta segunda, entre elas um agente penitenciário que teria tido participação no roubo de 39 pistolas ponto 40 e seis submetralhadoras, além de 1.600 cartuchos de munição.

Desse total, 33 pistolas foram recuperadas, além de todas as submetralhadoras, e 1.500 munições. Conforme a polícia, após o roubo, as armas foram repartidas entre os suspeitos e escondidas em suas residências.

Os nomes dos presos não foram divulgados, já que a investigação ainda não foi concluída. Há mandados de prisão em aberto e o restante do armamento ainda está sendo procurado.

Os detalhes de como ocorreu o roubo também não foram informados. O delegado Wanderson Lopes da Silva, chefe do Deoesp, informou que laudos feitos no Instituto Médico-Legal de Belo Horizonte atestaram a dopagem de agentes penitenciários em serviço no momento do assalto.

“Inicialmente, nós não trabalhamos com a hipótese de uma quadrilha e sim com o fato de pessoas que se associaram para o crime”, disse o policial. Segundo ele, o armamento seria revendido a traficantes e homicidas.

Conforme o delegado, cada pistola poderia alcançar de R$ 4.000 a R$ 5.000. Silva contou que a polícia conseguiu detectar que duas submetralhadoras seriam revendidas por R$ 21.000.

“Das armas recuperadas, poucas tiveram a sua numeração suprimida. A maioria está original e em condição de uso”, informou o agente. Ele disse ainda que, nos próximos dias, o caso deverá ser concluído.

“A intenção clara dos envolvidos era obter lucro com a venda das armas para outros criminosos”, afirmou.

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Imagem: Rayder Bragon/UOL

O roubo

O roubo ocorreu na madrugada do dia 24 de março na Central de Escoltas, que fica próxima ao presídio Antônio Dutra Ladeira, na cidade de Ribeirão das Neves.

No local, ficam os agentes responsáveis pela realização de escoltas de presos das unidades prisionais da cidade. Segundo a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), durante a troca de turno, por volta das 7h da manhã, agentes penitenciários que chegavam ao trabalho encontraram colegas dormindo e outros passando mal.

A perícia da Polícia Civil mineira foi até o local para recolher restos de diversos alimentos ingeridos pelos agentes durante o serviço.

Os profissionais foram encaminhados para exames de sangue a fim de "verificar se houve ingestão de alguma substância indevida", de acordo com nota da secretaria emitida à época. O governo do Estado divulgou que nove agentes presentes no momento do roubo foram afastados até o final da investigação sobre o caso. Segundo o governo de Minas Gerais, a determinação partiu do secretário de estado de Defesa Social, Rômulo Ferraz.

Inicialmente, os agentes foram afastados por 30 dias, prorrogáveis por mais 30. Segundo o secretário, a medida visa "assegurar a transparência das investigações e resguardar a própria integridade dos agentes".

A Polícia Civil de Minas Gerais havia montado uma força-tarefa para tentar localizar os suspeitos do roubo do armamento. De acordo com a assessoria do governo estadual, a determinação foi feita pelo então governador Antonio Anastasia (PSDB), que tinha pedido prioridade no caso. Presente na coletiva, o chefe da Polícia Civil de Minas Gerais, Oliveira Santiago, disse que os responsáveis pela segurança pública buscam “constantemente” melhorar os processos utilizados na guarda dos armamentos para “que fatos dessa natureza não venham a ocorrer novamente”.