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PM leva 13 grevistas para delegacia após tumulto em estação de metrô

Wellington Ramalhoso

Do UOL, em São Paulo

09/06/2014 08h03Atualizada em 09/06/2014 14h16

Treze metroviários em greve foram levados pela Polícia Militar para o 36º DP (Vila Mariana) após tumulto na estação de metrô Ana Rosa, na zona sul de São Paulo, na manhã desta segunda-feira (9). A PM não especificou o motivo.

“A delegacia de polícia é o melhor lugar para averiguar o que aconteceu”, disse à reportagem do UOL o major da PM Robson Cabana.

De acordo com ele, houve depredação de patrimônio público dentro da estação e denúncia de agressão a um funcionário do Metrô que trabalhava na estação Paraíso.

Por volta de 10h30, a Polícia Civil divulgou nota assinada pela delegada Roberta Guerra, plantonista do 36º DP, informando que os metroviários foram encaminhados à delegacia "após tentar impedir o funcionamento da estação Ana Rosa".

Segundo o comunicado, as 13 pessoas "irão assinar um termo circunstanciado, que está sendo registrado neste momento, e responderão judicialmente pelo artigo 201 do Código Penal. Após a elaboração dos documentos, elas serão liberadas".

O artigo faz referência a "participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho provocando a interrupção de obra pública ou serviço de interesse coletivo". 

Os grevistas chegaram à estação Ana Rosa às 4h, segundo o secretário-geral do sindicato dos metroviários, Alex Fernandes, e 15 eram mantidos dentro da estação pela PM desde então.

Por volta das 7h45, um grupo de grevistas (cerca de 250 pessoas) iniciou uma passeata pela rua Vergueiro em direção ao centro da cidade. A estação Ana Rosa foi aberta aos passageiros pouco antes das 8h.

Eles marcharam até a praça da Sé e, em seguida, seguiram para sede da Secretaria de Transportes Metropolitanos, também no centro, onde tentaram uma reunião com o secretário Jurandir Fernandes. Com apoio do MTST, da UGT (União Geral dos Trabalhadores) e do sindicato dos metalúrgicos de São José dos Campos, a manifestação ganhou corpo de 2.000 pessoas, segundo a PM.

Sem conseguirem falar com Fernandes, os grevistas encerraram a manifestação pouco antes de meio-dia e foram para o sindicato da categoria, onde esperam nova rodada de negociações.

Greve entra no quinto dia

Esta segunda-feira (9) marca o quinto dia da greve dos metroviários em São Paulo. Faltam apenas três dias para o início da Copa do Mundo, no Itaquerão, que tem o metrô como principal via para chegar ao estádio.

Ao lado dos que marcham em direção ao centro da cidade estão integrantes do Movimento Passe Livre (que organizou uma série de manifestações na capital a partir de junho 2013), com palavras de ordem em apoio à greve no metrô.

"Trabalhador, vem apoiar, a greve é justa para o transporte melhorar" e ainda "Metroviário, pode lutar, que o povo vai te apoiar" são frases usadas por eles na manhã de hoje.

Com a greve dos metroviários, o rodízio de veículos foi suspenso mais uma vez. A lentidão no trânsito começa a diminuir, segundo dados da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). De acordo com a empresa, às 10h, o congestionamento em São Paulo totalizava 173 quilômetros, 11 quilômetros a menos que o que era registrado às 9h30. Apesar da redução, o congestionamento em São Paulo nesta segunda-feira ainda está 74% acima da média para o período.

No início desta manhã, apenas as linhas 4-amarela, operada por concessionária, e 5-lilás iniciaram a operação no horário normal. Às 5h30, a linha 3-vermelha passou a funcionar. Agora, ela está operando entre as estações Penha e Marechal Deodoro. Às 6h20, passaram a funcionar as linhas 1-azul e 2-verde. Funcionam os trechos entre as estações Saúde e Luz (linha 1-azul) e Ana Rosa a Vila Madalena (linha 2-verde). As linhas 4-amarela e 5-lilás funcionam normalmente, assim como toda a linha da CPTM.