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Justiça condena assassino de primo do goleiro Bruno a 15 anos de prisão

Rayder Bragon

Do UOL, em Belo Horizonte

20/08/2014 23h11

Alexandre Ângelo de Oliveira foi condenado nesta quarta-feira (20) a 15 anos de prisão, em regime fechado, pelo assassinato de Sérgio Rosa Sales, primo do goleiro Bruno Fernandes e uma das principais testemunhas do caso Eliza Samudio, ex-amante do jogador.

Sales, que era conhecido pelo apelido "Camelo", foi morto a tiros em agosto de 2012, no bairro Minaslândia, na região norte de Belo Horizonte, quando saía para o trabalho. À época, a polícia concluiu que o assassinato dele foi por motivos passionais.

De acordo com a assessoria do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG), o júri popular de Oliveira foi realizado no Fórum Lafayette, situado na capital mineira.

Ao todo, cinco testemunhas de defesa foram ouvidas na parte da tarde. O Ministério Público (MP) dispensou as testemunhas que havia arrolado no processo.

Ainda conforme o setor, quatro pessoas foram ouvidas como informantes (três irmãos de Sales e a ex-namorada).

Durante seu interrogatório, Oliveira confirmou ter atirado contra Sales e assumiu o crime. Ele alegou que a vítima havia assediado Denilza Cesário da Silva, 30, amante do réu, e descartou ter matado o primo do goleiro Bruno em razão de uma “queima de arquivo”, que estaria supostamente relacionada com o caso Eliza Samudio.

A defesa do réu, conforme o tribunal, tentou convencer os jurados de que Sales estava perseguindo a amante de Oliveira.

O réu passou então a “fazer a segurança’ da mulher. Os advogados pediram a absolvição dele sob alegação de ter atuado em legítima defesa da companheira. Os advogados do réu não foram localizados para falar sobre o caso.  

Amante do réu foi condenada em agosto de 2013

Denilza Silva já havia sido condenada a 13 anos de prisão, em agosto do ano passado, por ter sido considerada culpada pelo crime.

De acordo com a investigação, Sérgio Rosa Sales levou seis tiros após ser perseguido em ruas do bairro por Alexandre Oliveira, que estava em uma motocicleta.

O acusado dos disparos armou uma "tocaia" para Sales depois que Denilza revelou a ele ter sido assediada pelo primo do goleiro, quando passava pela porta da casa de Sales.

Ainda conforme as investigações, os acusados disseram que Camelo, em uma data anterior, teria tentado tocar as partes íntimas da mulher.

No dia do crime, Oliveira havia determinado à mulher que passasse novamente pela rua onde ficava a casa de Sales. Conforme a polícia apurou, depois dos disparos, os dois fugiram na moto.

Os suspeitos da morte de Camelo foram presos no início de setembro. À época, o subcorregedor da Polícia Civil de Minas Gerais, Alexandre França Pena, informou que o casal se entregou porque ficou assustado com a repercussão do caso.

A investigação do caso fora assumida pela Corregedoria da Polícia Civil mineira por causa da suspeita de envolvimento de policiais na morte de Camelo, o que foi descartado pelo órgão. Por causa do envolvimento no sumiço de Eliza, Sérgio Sales chegou a ser preso, mas havia sido solto e respondia ao processo em liberdade.