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Após fim de paralisação, todos os terminais de ônibus em SP são liberados

Augusto Cesar enviou pelo Whatsapp (11) 97500-1925 a foto da fila de ônibus no terminal Bandeira, durante a paralisação - Enviado por Augusto Cesar
Augusto Cesar enviou pelo Whatsapp (11) 97500-1925 a foto da fila de ônibus no terminal Bandeira, durante a paralisação Imagem: Enviado por Augusto Cesar

Do UOL, em São Paulo

05/11/2014 12h19Atualizada em 11/11/2014 08h00

Motoristas e cobradores liberaram, por volta de 12h30, todos os 29 terminais de ônibus da cidade de São Paulo. A categoria havia iniciado por volta de 9h45 um protesto contra os ataques a coletivos e a falta de segurança.

De acordo com a SPTrans, os últimos terminais liberados foram o Carrão e o AE Carvalho, na zona leste. Um acordo firmado ontem à noite com a Secretaria da Segurança Pública e os comandos das Polícias Civil e Militar previa que a paralisação começaria às 10h e acabaria ao meio-dia. De acordo com a prefeitura, a paralisação prejudicou 1 milhão de pessoas.

A estudante Nayara Vieira conta que, por causa da paralisação, muitos usuários optaram pelos trens na zona leste da cidade. Ao ver a superlotação na estação Guaianases da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), ela desistiu de ir à faculdade e voltou para casa.

A paralisação surpreendeu a dona de casa Maria Xavier, 53, no terminal D. Pedro 2º, na região central. "Não sabia disso. Tenho que voltar para casa para ficar com meu neto", relatou. Ela foi ao centro para buscar medicamentos para o marido em um posto de saúde e precisava retornar ao bairro de São Mateus, na zona leste.

No início da paralisação, um ônibus foi estacionado na saída do terminal, o que impedia que qualquer coletivo deixasse o local. Um grupo de motoristas e cobradores fez um protesto em frente ao terminal. 

O Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo representa 36 mil trabalhadores do setor. Com a paralisação e a chuva da manhã desta quarta, o trânsito em São Paulo ficou acima da média até as 11h, de acordo com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). Às 12h30, a capital paulista tinha 54 km de engarrafamentos, dentro da média para o horário, que varia entre 30 km e 56 km. 

Insegurança

De acordo com a SPTrans, 119 coletivos foram incendiados neste ano. O balanço foi fechado no último dia 2. O motorista John Carlos Brandão morreu no último dia 22 depois de ficar quatro dias internado com queimaduras sofridas durante um ataque ao seu ônibus. A ação criminosa aconteceu na noite do dia 18, na região da Vila Jaraguá, na zona norte de São Paulo. Segundo a polícia, os criminosos atearam fogo no coletivo e Brandão não teve tempo de fugir. O ônibus fazia a linha Jaraguá-Vila Madalena.

Chega a 797 o número de ônibus depredados ao longo do ano, de acordo com a SPTrans.

Por meio de nota, o sindicato das empresas disse aprovar o objetivo do protesto desta quarta, embora não compactue com a paralisação dos serviços.

Comissão

Nesta terça (4), véspera da paralisação, a Secretaria da Segurança Pública decidiu criar uma comissão para buscar soluções para os ataques criminosos a coletivos. O grupo de trabalho será formado por representantes dos sindicatos dos trabalhadores e empresários, das polícias Civil e Militar. A SPTrans, empresa que gerencia o transporte público municipal, e a Guarda Civil Metropolitana também serão convidadas.

A portaria de criação do grupo deve ser publicada no Diário Oficial do Estado ainda nesta semana. A secretaria informa que parte dos ataques a ônibus acontece em função de mortes decorrentes de ações policiais e promete reforçar a prevenção e a investigação dos casos.

A polícia prendeu neste ano 54 suspeitos de envolvimento com os ataques. Entre eles, estão quatro jovens suspeitos de provocar o incêndio que resultou na morte de John Brandão. Eles vão responder por associação criminosa, homicídio qualificado, incêndio qualificado, furto, constrangimento ilegal e corrupção de menores. (Com Agência Brasil)