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Suspeitos de torturar e assassinar PM em favela são presos no Rio

O corpo de Ryan Procópio, 23, foi encontrado dentro de um carro abandonado nos arredores da avenida Brasil, em Bangu - Reprodução/Facebook
O corpo de Ryan Procópio, 23, foi encontrado dentro de um carro abandonado nos arredores da avenida Brasil, em Bangu Imagem: Reprodução/Facebook

Do UOL, no Rio

02/12/2014 08h52

Dois adultos foram presos e um menor foi apreendido na noite desta segunda-feira (1º) suspeitos de envolvimento na morte do policial militar Ryan Procópio, 23, torturado e assassinado dentro da favela Vila Aliança, em Bangu, na zona oeste do Rio de Janeiro, no dia 24 de novembro.

Segundo a PM, os suspeitos foram localizados e detidos por policiais do BPVE (Batalhão de Policiamento em Vias Expressas). A vítima trabalhava na UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da Vila Kennedy, também na zona oeste.

Em posse do trio, que foi abordado na avenida Brasil, na altura de Bangu, dentro de um carro que seria roubado, os policiais apreenderam um fuzil. A polícia não divulgou os nomes dos suspeitos nem mais detalhes da prisão.

Após a morte de Ryan, outros quatro PMs foram mortos em apenas uma semana. Em 2014, o número de policiais militares assassinados é o triplo do número de PMs mortos em confronto no mesmo período.

Entre janeiro e novembro, ao menos 60 PMs foram assassinados no Estado, sendo 16 em confronto e 44 de folga, segundo levantamento feito pelo UOL com base nas estatísticas fornecidas pela corporação no dia 26 de novembro e as mortes deste fim de semana.

Nesta segunda, o secretário de Estado de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, afirmou que, apesar da comoção por conta das recentes mortes de PMs no Rio, a reação deve ocorrer com base na lei.

"Sou policial, perdi colegas trabalhando, e também fiquei triste, mas nós não podemos agir com sangue nos olhos, de maneira atabalhoada", declarou, durante entrevista à GloboNews.

Na noite de ontem, houve mais um atentado contra um membro da corporação. Um policial militar, que não teve a identidade revelada, foi baleado de raspão na cabeça no bairro Turiaçu, na zona norte do Rio. O militar foi alvejado durante uma perseguição a um veículo no qual estavam dois criminosos, que conseguiram fugir. O PM foi socorrido em um hospital da região e não teve consequências mais graves.

Onda de assassinatos

Segundo informações da Polícia Militar, no sábado (29), o subtenente Jorge da Costa Serrão, lotado no 21º BPM (São João de Meriti), foi baleado durante tentativa de assalto em Rocha Miranda, perto de casa, na zona norte do Rio. Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos.

Já o soldado Diego Santos de Oliveira, lotado na UPP do Turano, na Tijuca, na zona norte da cidade, e seu irmão foram baleados durante tentativa de assalto na estrada Santiago, nas proximidades do morro das Pedrinhas, em Vilar dos Teles, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Os dois morreram no local.

Também na noite de sábado, o subtenente Jorge Henrique dos Reis Xavier, lotado no 16º BPM (Olaria), morreu após ser baleado nas imediações de sua casa, na Rua São Nicolau, no centro de Suruí, em Magé, na Baixada Fluminense.

Na sexta-feira (28), o cabo do Exército Michel Mikami, 21, que fazia parte da tropa responsável pela manutenção da ocupação das favelas do Complexo da Maré, foi atingido por uma bala na cabeça durante confronto com criminosos. O militar chegou a ser levado para a Unidade de Pronto Atendimento da região, mas não resistiu ao ferimento.

Na terça (25), o soldado Anderson de Senna Freire, 34, morreu após ser baleado na cabeça durante patrulhamento na avenida Brasil. No ataque, outro PM ficou ferido.