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Secretário de Turismo do ES usa caiaque para ir ao trabalho

Secretário de Estado de Turismo do Espírito Santo, José Sales Filho - Marcelo Prest/A Gazeta
Secretário de Estado de Turismo do Espírito Santo, José Sales Filho Imagem: Marcelo Prest/A Gazeta

Gilberto Medeiros

Do UOL, em Vitória

31/03/2015 19h58

Para fugir do trânsito diário entre sua casa e o escritório, o secretário de Estado de Turismo do Espírito Santo, José Sales Filho, 62, apelou à criatividade e trocou o carro por um caiaque. E deixou de ficar até uma hora e meia para fazer um trajeto de dez quilômetros. Agora ele gasta 20 minutos remando e garante: “Meu médico me parabenizou e o visual é lindo, sem nenhuma pressa ou estresse”.

Sales disse que o trânsito foi a principal motivação para contrariar a esposa e se aventurar pela Baía de Vitória. Ele sai todos os dias de sua casa no Morro do Moreno, em Vila Velha, logo cedo e é um dos primeiros a chegar ao escritório, na Enseada do Suá, em Vitória.

“Fugir do trânsito é o principal, mas eu ainda faço exercício e a paisagem é como uma terapia. Quando eu ia de carro, levava no mínimo 40 minutos quando saía de casa antes do horário do trânsito pesado. Hoje gasto 20 minutos sem correria. Só minha esposa é que não gosta, ela tem medo de me acontecer algo e não ter como socorrer”, afirmou.

Ao desembarcar na Ilha do Boi, ativa as rodas que ficam recolhidas sobre o caiaque durante a navegação e o reboca a pé até a Secretaria de Turismo, onde utiliza a vaga que tem para seu carro.

“Chego cedo, tomo um banho frio e visto a roupa que deixo aqui preparada. Na hora de ir embora, minha esposa me pega no trabalho e aí pego meu carro para ir para a faculdade”, disse. Ele relatou que chegou a pensar em instalar luzes no caiaque, mas deixou de lado a ideia após ‘negociar’ com a esposa.

Ele pensa em comprar uma buzina para ajudar a reduzir os riscos de colisão. “Navio não é problema, o perigo é jet ski”, constatou ao remar pela Baía de Vitória.

Sales revelou que a ideia surgiu de um vizinho praticante do remo sobre as pranchas de stand up paddle (SUP). Ele tentou primeiro com o SUP, mas sentiu o peso do exercício e o amigo sugeriu o caiaque.

“Eu tenho 62 anos, preciso de uma remada mais leve, então ele me disse para tentar com o caiaque”, recordou. “Mas morador da Grande Vitória remar pela baía deveria ser o óbvio do óbvio. Não é caro e é fácil. Perdemos isso”, lamentou.

Alternativo

O secretário José Sales Filho não é capixaba, mas os filhos são. Cearense, já havia morado no Espírito Santo por causa da profissão, como diretor da extinta companhia aérea Transbrasil. Depois, como diretor da TAM, morou no Uruguai, Estados Unidos da América, França e Itália, quando viajava costumeiramente para algum dos 51 países sob sua área de atuação. E sempre tentou evitar o carro.

“Eu não gosto de carro. É caro, é egoísta e muito estressante. Quando morava em Nova York, ia para meu escritório de skate. Chegando lá, tinha de trocar o tênis por sapatos porque no prédio não podia entrar”, afirmou rindo. “Em outras cidades, usava bicicleta, ia a pé”, disse.

Sales disse ter ficado feliz ao encontrar colegas de trabalho que adotaram a bicicleta como meio de transporte e passou a estimular os demais. O fato de ter banheiro no prédio facilitou.

"Aqui tem muita gente que é da sociedade alternativa, que vem trabalhar de bicicleta”, afirmou.