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No Rio, motorista dirige ônibus com menina pendurada para fora e é demitido

A família da vítima prestou depoimento na 21ª DP (Bonsucesso), e o caso foi classificado como lesão corporal culposa, isto é, sem intenção - Reprodução/TV Globo
A família da vítima prestou depoimento na 21ª DP (Bonsucesso), e o caso foi classificado como lesão corporal culposa, isto é, sem intenção Imagem: Reprodução/TV Globo

Do UOL, no Rio

10/04/2015 12h08

Um motorista do Consórcio BRT, formado pelas empresas de ônibus que operam as linhas de corredor exclusivo no Rio de Janeiro, mesmo após ser avisado de que uma menina de seis anos estava com o braço preso na porta e pendurada do lado de fora do veículo, dirigiu por cerca de cinco quilômetros até a estação seguinte do BRT Transcarioca, na zona norte da capital fluminense, na quinta-feira (9). Apesar do susto, a criança sofreu apenas arranhões. O motorista foi demitido.

Em nota, o consórcio informou que o profissional foi desvinculado da empresa na qual trabalhava, viação Santa Maria, por justa causa. "A atitude do motorista não condiz com a postura que se espera dos profissionais que atuam no sistema BRT". O consórcio informou ainda que está prestando o "suporte necessário" à família da vítima.

A tia da menina, identificada apenas como Michele, afirmou ter gritado para alertar o motorista de que a menina havia ficado presa na porta. No entanto, segundo ela, o motorista ignorou o aviso e disse que só poderia parar na próxima estação. "Minha mãe estava de mãos dadas com a minha filha e o meu sobrinho. Quando eles foram desembarcar, ela segurou a mão para ela [a criança] pular o vão entre o BRT e a plataforma, e o motorista fechou a porta. Todo mundo começou a gritar para o motorista abrir, mas ele disse que só podia abrir a porta de novo na outra estação e arrancou", afirmou, em entrevista à "TV Globo".

De acordo com testemunhas, ao parar o veículo na estação seguinte, o motorista abriu a porta e fugiu. Dentro do ônibus, o clima era de revolta. "Os passageiros estavam revoltados e ele saiu correndo e entrou num ônibus, deixando minha filha sem socorro. Na estação, um fiscal do BRT só perguntou o que aconteceu, mas não fez nada para ajudar", declarou Michele.

A família da vítima prestou depoimento na 21ª DP (Bonsucesso), e o caso foi classificado como lesão corporal culposa, isto é, sem intenção. O motorista, identificado como Cláudio Hamilton, apresentou-se no fim da noite de ontem à delegacia de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, prestou depoimento e foi liberado.

A Polícia Civil do Rio informou que "testemunhas foram ouvidas e o motorista intimado para depor". Os investigadores da 21ª DP vão analisar as imagens das câmeras de segurança situadas dentro do veículo e nas estações.