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Filho fica surpreso ao conseguir atendimento para o pai em hospital no Rio

"Foi nosso presente de Natal", disse José após o pai ser atendido - Zulmair Rocha/UOL
"Foi nosso presente de Natal", disse José após o pai ser atendido Imagem: Zulmair Rocha/UOL

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio

25/12/2015 14h02

Após cair em casa, o aposentado João Batista da Silva, 81, foi levado pelo filho, José Vieira da Silva, 47, ao Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

Silva chegou cerca de dez minutos após a reabertura da emergência, na manhã desta sexta-feira (25), quando a unidade deixou de atender apenas casos graves.

A família não esperava que o idoso fosse atendido, mas resolveu arriscar, segundo relato do filho. "A gente não tinha outra opção. Acompanhamos as notícias e os comentários nas redes sociais, mas o Adão é o mais próximo", afirmou.

Vieira se disse "surpreso" por encontrar a emergência aberta. "Foi nosso presente de Natal", comentou ele, sorrindo.

Silva, um dos primeiros atendidos após a reabertura da emergência, entrou com auxílio de uma cadeira de rodas. Funcionários não informaram detalhes sobre o atendimento, mas afirmaram que o idoso está bem.

O Rio de Janeiro vive uma das piores crises da saúde púbica de sua história. Até ontem, em virtude do atraso no pagamento de salários e da falta de materiais e condições adequadas de atendimento, na maioria dos hospitais estaduais, a entrada de novos pacientes estava restrita a casos de urgência extrema (quando há risco iminente de morte).

Uma médica que trabalha no setor de endoscopia do Adão Pereira Nunes afirmou que muita gente está desistindo de procurar o hospital por conta da repercussão dos fatos relacionados ao caos na saúde.

"Em dias normais, mesmo sendo Natal, isso aqui estaria lotado", afirmou ela, que afirmou preferir não ser identificada.

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