R$ 5 milhões em drogas aprendidas provocaram incêndios a ônibus no Maranhão
Os ataques a ônibus que ocorreram no Maranhão, entre a última quinta-feira (19) e o domingo (22), foram ordenados por traficantes que integram facção criminosa, que tenta dominar a venda de drogas no Estado.
Investigações apontaram que as perdas dos traficantes no valor de R$ 5 milhões em apreensões de drogas provocaram a ordem de execução dos crimes de dentro dos presídios no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís. As apreensões foram realizadas pela Superintendência de Combate ao Narcotráfico.
O delegado geral da Polícia Civil, Lawrence Melo, afirma que investigações estão em curso, sem descartar nenhuma linha, porém, inicialmente apontaram que a motivação dos ataques é retaliação dos traficantes às ações policiais, que estão causando prejuízo e diminuição da oferta de drogas em São Luís e região metropolitana.
Até agora, segundo dados da SSP-MA (Secretaria de Segurança Pública), 58 pessoas foram presas acusadas de envolvimento nos ataques criminosos. A maioria dos suspeitos integra a facção criminosa Bonde dos 40, que tem esse nome em alusão à pistola 40 e que, há anos, disputa com a facção PCM (Primeiro Comando do Maranhão), ramificação do PCC (Primeiro Comando da Capital), de origem das regiões sul e sudeste, dentro do complexo de Pedrinhas há décadas na disputa
“Embora as investigações ainda estejam em curso e os responsáveis presos, evidenciam-se que os enormes prejuízos causados por ações policiais ao narcotráfico, com elevado número de prisões em flagrante, apreensões e indiciamentos levaram os chefões do tráfico ao desespero”, disse Melo, destacando que a polícia apreendeu, de uma só vez, R$ 500.000 em entorpecentes trazidos do Mato Grosso do Sul.
“A verdade é que o crime organizado se sente sitiado por ações policiais que não se viam no Maranhão. Entre 2015 e estes primeiros meses do ano de 2016, ocorreu o maior número de prisões de traficantes já ocorrido no Estado. Além disso, o Estado também retomou o controle do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, que estava em poder do crime organizado e não houve nenhuma morte lá este ano”, destacou o secretário de Segurança Pública, Jefferson Portela,.
Histórico de ataques
Entre a noite de quinta-feira e esta segunda-feira (23), 15 ônibus foram atacados por criminosos em São Luís e cidades da região metropolitana de São José de Ribamar, Raposa e Paço do Lumiar. Sete ônibus ficaram totalmente destruídos pelos incêndios ateados por criminosos. Oito veículos ficaram parcialmente queimados. Em nenhum dos ataques houve vítimas.
Logo após os primeiros ataques, o governo colocou todo efetivo policial nas ruas para coibir os crimes. Nesta terça-feira (24), 128 homens da Força de Segurança Nacional, do Ministério da Justiça, chegaram a São Luís para reforçar a segurança. Policiais Militares estão, desde o fim de semana, dentro dos ônibus em linhas estratégicas para coibir os ataques criminosos.
Em 4 de janeiro de 2014, quatro ônibus foram incendiados em São Luís e cinco pessoas ficaram feridas, dentre elas uma menina de seis anos, que morreu com 95% do corpo queimado. Os incêndios foram ordenados por presos integrantes de facções criminosas em retaliação a operação “Pedrinhas em Paz”, dentro do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, realizada pela Tropa de Choque da PM (Polícia Militar).
Em novembro de 2013, depois de uma ação pente fino dentro do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, moradores viveram dias de terror com uma série de ataques a ônibus, assaltos nos veículos, ataques a prédios públicos e incêndios em trailers da PM, que acabaram sendo desativados. Um policial reformado foi assassinado a tiros enquanto conversava com a namorada no bairro Maracanã. E outro, foi metralhado dentro do trailer da PM enquanto trabalhava sozinho no local.
Relatório do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), divulgado em dezembro de 2014, apontou que o domínio de facções criminosas agiam dentro dos presídios maranhenses deixavam as unidades prisionais "extremamente violentas". Naquele ano, 60 presos foram assassinados dentro do Complexo Penitenciário de Pedrinhas. A maior parte das mortes tem relação com brigas entre as facções criminosas Bonde dos 40 e PCM.
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