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Campanha "Gente boa também mata" é alvo de críticas em redes sociais

Ana Carla Bermúdez

Do UOL, em São Paulo

03/01/2017 16h15

Uma campanha publicitária lançada pelo Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil está sendo alvo de críticas nas redes sociais. Internautas debatem a abordagem da campanha, que tem o slogan "Gente boa também mata". 

A campanha, que busca alertar para condutas perigosas que podem causar acidentes no trânsito, possui um vídeo e também outdoors, que foram espalhados pelas ruas de cidades brasileiras.

“Quem planta árvores pela cidade, quem faz trabalho voluntário, quem espalha amor pelas ruas, também pode matar”, diz o vídeo veiculado na ação. Logo em seguida, uma personagem atropela um ciclista por usar o celular enquanto dirigia.

Já os cartazes trazem textos como “Quem resgata animais na rua pode matar” e “O melhor aluno da sala pode matar”.

Na internet, há quem afirme que a campanha “faz chacota com as boas ações”. Outros dizem que “se você se sentiu chocado, ótimo, essa é a ideia [da ação]”.



Procurada pelo UOL, a assessoria de imprensa do Ministério afirmou que a campanha foi concebida e aprovada pela Secretaria Especial de Comunicação da Presidência da República (Secom) e produzida por uma agência publicitária.

Ainda segundo a assessoria do Ministério, a campanha foi lançada em 16 de dezembro, mas as peças só começaram a ser veiculadas na semana passada.

Em nota, a Secom afirmou que "o objetivo do governo é chamar a atenção para atitudes que até mesmo pessoas comuns podem ter ao volante, sem avaliar as consequências".

"O alerta que se faz [com a campanha] é que não apenas o motorista estereotipado como "inconsequente" provoca acidente. Mesmo que involuntariamente, qualquer cidadão pode causar acidentes graves e até mortes no trânsito com pequenas atitudes, como mandar um WhatsApp enquanto conduz, desviar a atenção das ruas ao trocar a música no rádio ou fazer uma ultrapassagem em locais de risco, sem visibilidade ou em trecho com faixa contínua", declarou a Secom. 

O valor gasto com a campanha publicitária não foi informado.