MP pede "uso da força" para que PM do ES coloque as tropas na rua
O MP-ES (Ministério Público do Espírito Santo) pediu que a PM (Polícia Militar) coloque as tropas nas ruas já na tarde desta terça-feira (7), sob a advertência de que os militares serão responsabilizados criminalmente caso não cumpram a solicitação.
"Requisito, no prazo de quatro horas, sejam notificados os comandantes regionais, oficiais COP e oficiais das unidade de todo o Espírito Santos para que coloquem a tropa de rua, vencendo eventual resistência e fazendo uso progressivo da força", diz a petição assinada por Karla Dias Sandoval Marros Silva, promotora de Justiça junto à Auditoria Militar, nesta terça-feira.
O prazo da notificação já foi vencido, porque o documento foi entregue por volta das 12h.
Segundo o MP-ES, o órgão ainda está verificando junto ao comando da Polícia Militar se a notificação foi descumprida.
Em caso de descumprimento, os militares podem responder por motim e desobediência.
Uma das familiares de PM que protesta em frente ao quartel central em Vitória disse que participou de uma reunião com o o coronel da PM, mas que não foi possível chegar a um acordo. "Disseram que querem a PM na rua hoje, dissemos que isso é impossível. Perguntei, 'o senhor vai mandar a tropa passar por cima da gente?'. Ele disse, 'se for necessário, vou usar a força'."
Segundo ela, um grupo de mulheres também se reuniu com o secretário de Segurança, André Garcia. "Queremos o justo, o reajuste desses últimos sete anos, que o hospital da PM volte a funcionar corretamente. Ele está sucateado."
Responsabilização criminal
De acordo com o documento do MP, o o órgão adotará todas as medidas de responsabilização cíveis e criminais cabíveis "contra todos os que contribuíram para os terríveis eventos que têm sido vivenciados pela sociedade capixaba nos últimos dias".
A promotora de Justiça também afirma que os policiais militares que permanecerem nos quartéis terão os nomes entregues ao MP, que tomará providências em relação aos casos.
O MP ainda informa ter notificado o comandante-geral da Polícia Militar e o comando-geral do Corpo de Bombeiros Militar para colocar imediatamente a tropa na rua e restabelecer a ordem pública, para o imediato cumprimento da ordem judicial expedida pelo TJ-ES (Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo) na noite desta segunda-feira (6).
A Justiça afirmou que, a cada dia de paralisação, a PM terá que pagar uma multa de R$ 100 mil.
*Colaborou Paula Bianchi, em Vitória
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