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Exames confirmam infecção por raiva em dona de pet shop que morreu no Recife

Paciente com suspeita de raiva humana chegou ao Huoc no dia 26 de junho - Igo Bione/Acervo JC Imagem
Paciente com suspeita de raiva humana chegou ao Huoc no dia 26 de junho Imagem: Igo Bione/Acervo JC Imagem

Lucas Borges Teixeira

Colaboração para o UOL

03/07/2017 10h14

O Centro de Vigilância Ambiental (CVA) de Recife confirmou que a empresária Adriana Vicente da Silva, de 35 anos, morreu em decorrência de uma infecção por raiva na última quinta-feira (29). Exames laboratoriais feitos com seu DNA apontam que a cepa envolvida no caso é mais comum em morcegos hematófagos, que se alimentam de sangue.

Há cerca de dois meses, Adriana, dona de um pet shop, foi chamada para ajudar no resgate de um gato de rua. Durante a ação, foi mordida no peito. “Ela ficou doente, mas procurou uma unidade de saúde sem relatar o acontecimento”, conta Jurandir Almeida, gerente do CVA, em entrevista ao UOL. “Ela só falou do incidente quando o seu caso se agravou.”

Adriana foi internada no Hospital Universitário Oswaldo Cruz, na capital pernambucana, com suspeita de raiva humana no fim de semana do dia 24 e faleceu na última quinta-feira. O resultado dos exames, feitos em São Paulo, foram anunciados nesta segunda-feira (3).

Ao descobrir da suspeita, na última segunda-feira (26), a prefeitura de Recife começou um bloqueio perimetral em todas as áreas que o gato teria passado: local onde foi recolhido, casa da vítima e para onde ele foi. Até então, o CVA já mapeou mais de 12 mil imóveis e vacinou mais de 1.300 animais em um raio de 5 km.

“Com gatos e cachorros, que são os sintomáticos errantes, fazemos um bloqueio vacinal. Já com morcegos nós temos de identificar locais de convivência, pois eles têm o hábito de se lamber para se higienizar, isso ajuda na transmissão da doença”, explica Almeida.

De acordo com o gerente do CVA, o centro não tem como interferir no ciclo silvestre, mas no ciclo urbano uma das medidas é coletar os animais à noite com redes. “Parte nós enviamos para laboratórios, para pesquisas, e outra parte nós passamos pasta vampiricida. Assim, quando eles se higienizarem, conseguimos exterminar.”

Almeida conta que ainda não foi descoberto nenhum outro caso de suspeita de raiva em humano ou animal, mas faz um alerta à população: “se perceber seus animais domésticos com sintomas de raiva ou morcegos agindo de forma incomum, como voando de dia ou se debatendo no chão, evite contato e relate à prefeitura imediatamente”.