"O preconceito sim é uma doença e precisa ser curado", diz pastor de igreja gay
O hoje pastor evangélico Fábio de Souza, 37, já foi submetido a vários métodos que prometiam fazer com que ele deixasse de ser gay: banho de sal grosso, jejum e oração, doação de salário e até exorcismos. Nada disso funcionou.
“Sofri muito, eu tinha preconceito comigo mesmo, não conseguia me amar, não conseguia me aceitar até conhecer aqui a Igreja Cristã Contemporânea”, disse em entrevista à AFP.
Junto com o marido, o também pastor evangélico Marcos Gladstone, ele é um dos líderes da Igreja Cristã Contemporânea, a primeira igreja do Brasil voltada para LGBTs (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros), fundada em 2006. A igreja funcionava clandestinamente em um apartamento e chegou a ser alvo de bombas. Hoje, já tem 10 templos espalhados pelo Brasil.
Gladstone diz que a igreja também gera um processo de “cura”, a cura do preconceito. “O que nós fazemos aqui é cura realmente desse preconceito porque o preconceito sim é uma doença e precisa ser curado!”, diz se referindo à polêmica que ficou conhecida como “cura gay”.
No mês passado, o juiz da 14ª Vara Federal do Distrito Federal, Waldemar Cláudio de Carvalho, permitiu em uma decisão liminar que psicólogos voltem a usar terapias de "reorientação sexual", sem que sejam punidos pelo CFP (Conselho Federal de Psicologia). O CFP recorreu da decisão que está sendo analisada pela desembargadora Maria do Carmo Cardoso, da 8ª Turma do TRF1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região).
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