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Polícia reconstitui morte de jovem em carona; investigação caminha para crime sexual

Polícia reconstitui assassinato de Kelly Cristina Cadamuro - Fernanda Montalvão / Rádio 97 FM
Polícia reconstitui assassinato de Kelly Cristina Cadamuro Imagem: Fernanda Montalvão / Rádio 97 FM

Wagner Carvalho

Colaboração para o UOL, em Bauru

08/11/2017 17h44

A Polícia Civil de Minas Gerais fez a reconstituição do assassinato de Kelly Cristina Cadamuro, 22, em Frutal (MG), durante uma carona combinada por WhatsApp. Um dos delegados envolvidos na investigação, César Felipe Colombari disse que, no momento, além de roubo e homicídio, a investigação caminha também para um possível crime sexual - mas a conclusão final ainda depende de laudos periciais em andamento.

Segundo a polícia, o suspeito Jonathan Pereira do Prado, 33, nega ter abusado da vítima e disse ter cometido o crime para roubar seu carro e pertences. Ele ainda não tem advogado constituído.

O crime aconteceu na noite do dia 1º de novembro. Kelly morava em Guapiaçu, região de São José do Rio Preto (SP) e desejava visitar o namorado em Itabagipe (MG). Para amenizar os custos da viagem de carro, ela combinou em um grupo de WhatsApp que daria carona a um casal. Porém, só Prado apareceu e os dois seguiram viagem. 

Os policiais simularam nesta quarta-feira desde o momento em que o suspeito pediu para a vitima estacionar o carro na beira da rodovia -- argumentando que precisava urinar -- até o abandono do corpo nas margens de um rio.

O suspeito aceitou participar da reconstituição desde que tivesse garantias de segurança. Ele usou um colete a prova de balas e uma máscara.

Outro delegado que atua no caso, Bruno Giovanini, disse que a vítima teria sido estrangulada logo após parar o carro. A reconstituição mostrou a versão do suspeito. Ele afirmou que, após o estrangulamento, arrastou o corpo até um rio e o abandonou.

 Kelly Cristina Cadamuro era radiologista e tinha 22 anos - Reprodução/Facebook - Reprodução/Facebook
Kelly Cristina Cadamuro era radiologista e tinha 22 anos
Imagem: Reprodução/Facebook

O delegado disse acreditar que a vítima já estivesse morta quando foi arrastada até o rio. “Sobre esse momento exato (da morte) o que poderá dar o detalhamento será o exame da necropsia, que ainda não foi finalizado. A gente hoje teve a impressão de que a morte da vítima aconteceu ainda nas margens da rodovia”, afirmou o delegado.

Suspeita de abuso

As primeiras suspeitas de que o crime teve um componente sexual foram levantadas a partir do fato do corpo da jovem ter sido encontrado despido da cintura para baixo.

Na reconstituição, Prado disse que a calça da jovem saiu enquanto ela era arrastada até a margem do rio e que, quando abandonou o corpo, pegou a calça da vítima e voltou para o carro -- jogando a peça pela janela enquanto fugia com o veículo da vítima.

O corpo foi encontrado na beira do rio, com a cabeça mergulhada na água. A calça foi achada a três quilômetros do local. O veículo foi localizado sem as rodas, som e equipamentos, em uma estrada rural entre Rio Preto e Mirassol (SP). 

O delegado Colombari disse que, além do assassinato e do roubo do carro, a investigação caminha também para a comprovação de crime sexual. Porém, essa hipótese ainda deve ser comprovada ou descartada com o resultado de um exame pericial no corpo da vítima, que ainda não foi concluído. O delegado Giovanini, por sua vez, disse que prefere esperar o laudo para derrubar ou não a versão do suspeito.

O perito criminal Maurílio André Orsino de Souza, que trabalha no caso desde a última quinta-feira, relatou que, quando esteve em contato com o suspeito, percebeu um certo arrependimento e por muitas vezes o acusado emocionado.

A Defensoria Pública de Minas Gerais pode nomear um defensor público para defender o suspeito, caso ele não tenha um defensor estabelecido. A entidade vai verificar se houve solicitação por parte do suspeito.

Outras duas pessoas estão sendo investigadas.