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Reféns são liberados, mas rebelião continua em presídio no Rio, diz ministro

19.jul.2004 - Penitenciária Milton Dias Moreira, no Rio de Janeiro - Domingos Peixoto/Agência O Globo
19.jul.2004 - Penitenciária Milton Dias Moreira, no Rio de Janeiro Imagem: Domingos Peixoto/Agência O Globo

Gustavo Maia

Do UOL, em Brasília

18/02/2018 22h42Atualizada em 19/02/2018 01h03

O ministro da Justiça Torquato Jardim afirmou que os agentes penitenciários que haviam sido feitos reféns durante uma rebelião em um presídio no Rio de Janeiro foram libertados. Segundo a Seap (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária) 18 pessoas estavam sob domínio dos rebeldes, oito agentes e dez presidiários.

Eles foram libertados depois que uma equipe do Bope (Batalhão de Operações Especiais) entrou no complexo. Porém, o motim não havia sido controlado até às 22h de domingo.

A rebelião no presídio Milton Dias, em Japeri, na Baixada Fluminense, ocorre dois dias após o governo federal decretar intervenção na área de segurança no Rio de Janeiro.

Segundo o ministro, o motim foi motivado por uma tentativa de fuga de dois detentos, que foram recapturados. Torquato Jardim falou à imprensa sobre o assunto enquanto acompanhava o embarque de uma força-tarefa de inteligência da Polícia Federal e da Força Nacional para o Ceará.

Contexto da rebelião

A facção que controla o presídio é o Comando Vermelho, mas a região é cercada por uma favela controlada pela facção rival Amigos dos Amigos.

O Secretário de Estado de Administração Penitenciária, David Anthony Gonçalves Alves, ativou o centro de crise no CICC (Centro Integrado de Controle e Comando). O GIT (Grupamento de Intervenção Tática), o Subsecretário de Gestão Operacional e a Coordenação de área estão no local, com o apoio do Batalhão de Choque e do Batalhão de Operações Especiais.

Mais cedo, a Seap havia afirmado ter "antecipado" medidas de controle para evitar problemas no sistema carcerário do estado que conta 54 unidades de detenção.

"Uma série de medidas operacionais foram adotadas, com o objetivo de impedir as instabilidades no sistema carcerário", disse Alves através de nota.

A Defensoria Pública do Estado do Rio informou através de nota que está acompanhando a situação no presídio em Japeri. Defensores da Coordenação de Defesa Criminal e do Núcleo do Sistema Penitenciário estão a caminho da unidade para colaborar nas negociações "para que a normalidade seja restabelecida com maior brevidade possível e sem maiores danos para todos os lados envolvidos", diz trecho da nota.