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Preso ex-miliciano suspeito de se aliar ao tráfico contra milícia no Rio

20.mai.2018 - Ex-miliciano Hélio Albino Filho, o Lica, preso no Rio - Reprodução
20.mai.2018 - Ex-miliciano Hélio Albino Filho, o Lica, preso no Rio Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

20/05/2018 11h56Atualizada em 20/05/2018 12h13

Uma operação conjunta da Polícia Civil e da Polícia Federal na zona oeste do Rio de Janeiro prendeu, na manhã deste domingo (20), Hélio Albino Filho, conhecido como Lica. Segundo as forças de segurança, ele é um ex-miliciano e está ligado à facção que comanda o tráfico de drogas na Praça Seca, região que é disputada por traficantes e milicianos.

O ex-miliciano foi preso durante desdobramento da operação que acontece na região desde o fim da tarde de sexta-feira (18). Segundo a polícia, Lica estava associado a Sérgio Luiz da Silva Júnior, o Da Russa, morto ontem em suposto confronto com a polícia. Outros seis suspeitos morreram durante tentativa de fuga.

A operação, que contou com mais de 3.000 homens das polícias e Forças Armadas, continua neste domingo, segundo o CML (Comando Militar Leste). Agora, agentes das forças de segurança fazem patrulhamento, incluem pontos de bloqueio e fazem controle de vias na região da Praça Seca.

"Contra o ex-miliciano foi cumprido mandado de prisão, expedido pela Justiça. Os agentes encontraram em sua posse duas pistolas de marca Glock, uma calibre 45 e uma 40 com kit rajada", informou a Polícia Civil por meio de nota.

20.mai.2018 - Armamento apreendido pelas polícias Civil e Federal durante operação - Divulgação/Polícia Civil - Divulgação/Polícia Civil
Armamento apreendido pelas polícias Civil e Federal durante operação
Imagem: Divulgação/Polícia Civil

De acordo com os policiais, a prisão dele somada à morte do traficante Da Russa "representa um grande prejuízo para a facção criminosa que comanda o tráfico naquela localidade da Praça Seca". Em março, a região registrou em um só dia 17 horas com disparos de armas de fogo e tiroteios.

Na ação, os agentes também apreenderam 297 munições para calibre 45, 45 munições para calibre .40, uma de calibre 556, além de R$ 23.900 em dinheiro e um Ford Ecosport, ano 2018.

Segundo a Polícia Federal, o ex-miliciano "estaria diretamente envolvido nos constantes confrontos que vinham ocorrendo na região".

O comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, comentou a ação no Twitter. "O sucesso foi fruto de um trabalho de inteligência acurado que orientou ações, culminando com números robustos", escreveu.

Operação das forças de segurança em comunidade da Praça Seca, zona oeste do Rio - Pablo Jacob/O Globo - Pablo Jacob/O Globo
Operação das forças de segurança em comunidade da Praça Seca, zona oeste do Rio
Imagem: Pablo Jacob/O Globo

Desde o início da intervenção federal, as maiores operações de segurança envolvendo militares das Forças Armadas ocorreram em favelas em que não havia sinais aparentes de conflitos armados entre criminosos de grupos diferentes, como ocorre na Praça Seca. A maioria era controlada por apenas um bando criminoso

Segundo informações de inteligência dos órgãos de segurança pública, o conflito na Praça Seca se intensificou no início do ano, quando o suposto chefe do Comando Vermelho, Luís Cláudio Machado, o Marreta, deu ordem de dentro da prisão para que seus subordinados ampliassem o comércio de drogas no bairro.

A avaliação do Comando das Forças de Segurança é de que a ação beneficiará, direta e indiretamente, cerca de 150 mil moradores das áreas abrangidas pelas ações.