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Mãe tamanduá, que carregava filhote, morre após ser ferida por facão, no TO

A fêmea filhote estava com a mãe quando foi resgatada e se recupera - Reprodução/ Gabriel Campos/ Naturatins
A fêmea filhote estava com a mãe quando foi resgatada e se recupera Imagem: Reprodução/ Gabriel Campos/ Naturatins

Do UOL, em São Paulo

11/11/2021 18h47Atualizada em 11/11/2021 19h03

Um exemplar de tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla) foi resgatada carregando um filhote mesmo após ser ferida por um golpe de facão, no sul de Palmas, no Tocantins. Os dois animais, fêmeas, foram resgatados e levados para o Cefau (Centro de Fauna do Tocantins), na capital, onde receberam cuidados, mas, apesar dos esforços, a mãe tamanduá não resistiu.

Os dois exemplares de tamanduá foram entregues de forma voluntária para a GMP (Guarda Metropolitana de Palmas) e a adulta tinha graves lesões já em estágio de miíase, quando há larvas de moscas, dentro dos cortes.

"Foram identificadas lesões profundas no pescoço, na face, na pata e em todo corpo. Já a fêmea filhote está bem nutrida, não apresenta ferimentos e será mantida na maternidade do Cefau até estar habilitada para o retorno à natureza", afirmou o médico-veterinário Gabriel Rocha Freitas de Campos.

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Filhote receberá cuidados do Centro de Fauna do Tocantins até estar pronto para voltar à natureza
Imagem: Reprodução/ Gabriel Campos/ Naturatins

O caso revoltou a bióloga Angélica Beatriz Corrêa Gonçalves: "A crueldade com que essa pequena fêmea [foi] agredida com golpes de facão, enquanto carregava seu filhote, não tem justificativa, já que se trata de um animal que não oferece qualquer tipo de ameaça para as pessoas".

A espécie Tamanduá-mirim pode ser encontrada em todos os biomas brasileiros e costuma ter hábitos noturnos, se alimentando de cupins e formigas. Esses animais atingem comprimento total entre 47 e 77cm e pesam até 7 kg. Apesar de ser categorizada como "Menos Preocupante" dentre as categorias de ameaça de extinção segundo o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), esses animais são vítimas comuns de queimadas, ataques de cães, caça e atropelamentos.

O Naturatins (Instituto Natureza do Tocantins) alerta que praticar ato de abuso, maus-tratos, ferimento ou mutilação de animais silvestres, domésticos, nativos ou exóticos configura crime ambiental com pena de prisão de três meses a um ano, além de multa, conforme artigo 32 da Lei 9.505/98. A pena é aumentada se ocorrer a morte do animal.