'Vi meus amigos queimados', conta porteiro sobre explosão em metalúrgica
Funcionários e testemunhas relataram como foram os momentos após a explosão em uma metalúrgica na manhã desta sexta-feira (1º), que deixou quatro mortos e mais de 30 feridos em Cabreúva (SP).
O que aconteceu:
O porteiro da empresa, Pedro Siqueira Barbosa Filho, contou que trabalhava no momento do acidente e que por pouco não foi atingido por estilhaços de vidro. "Na hora, fechei os olhos e pensei: 'é hoje que nós vamos'", contou emocionado, em entrevista à TV Tem, afiliada à TV Globo na região.
Quebrou os vidros da portaria, passou tudo perto de mim e eu não cortei nada. Na hora vi os meus amigos queimados. Os vidros passaram perto de mim.
Pedro Siqueira Barbosa Filho
Um vizinho da empresa disse ter pensado que era uma explosão de "gás de rua" e que a sensação foi de que uma bomba explodiu. Fernando Maciel estava no terraço de casa no momento do acidente.
"Até em casa estremeceu. O susto foi muito grande. É um estrondo, como se tivesse caído uma bomba", disse, em relato à TV Tem.
A explosão
A explosão deixou quatro mortos e mais de trinta feridos, de acordo com prefeitura da cidade em publicação nas redes sociais. Mais cedo, o governo do Estado divulgou uma nota em que afirmava que o acidente tinha dois mortos e 12 vítimas socorridas a hospitais da região.
O prefeito de Cabreúva (SP), Antônio Carlos Mangini (PSDB), disse que as causas do acidente ainda serão investigadas. A explosão, segundo ele, foi de uma caldeira.
A metalúrgica não tinha AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros), informou o prefeito à TV Bandeirantes. O documento assegura que o espaço licenciado tenha as condições necessárias e obrigatórias contra situações de incêndio e pânico, que necessitem de rápida evacuação.
Mangini ainda afirmou que a empresa tentou pegar um alvará de funcionamento provisório "por algumas vezes", mas foi negado em razão da falta do AVCB.
O prefeito disse que foi ao local e viu "as roupas das pessoas todas queimadas e todo o corpo delas queimado" também. Ele declarou que o fato de a empresa não ter documentação correta para o funcionamento "trouxe toda uma dificuldade para fazer a identificação" das vítimas e feridos.
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