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Martha Rocha diz que não vai apoiar Paes e Crivella: 'Pura baixaria'

Da esquerda para a direita: Carlos Lupi, Anderson Quack, Martha Rocha e Alessandro Molon - Tatiana Campbell/UOL
Da esquerda para a direita: Carlos Lupi, Anderson Quack, Martha Rocha e Alessandro Molon Imagem: Tatiana Campbell/UOL

Tatiana Campbell

Colaboração para o UOL, no Rio de Janeiro

16/11/2020 14h42

A delegada Martha Rocha (PDT) afirmou que não irá apoiar nenhum dos candidatos que passaram para o segundo turno das eleições municipais do Rio de Janeiro. A deputada estadual disse em entrevista coletiva, realizada hoje pela manhã na sede do partido, no Centro do Rio, que tanto Eduardo Paes (DEM) quanto Marcelo Crivella (Republicanos) fizeram campanhas de baixa qualidade. Martha Rocha afirmou ainda que sai satisfeita da eleição.

"Eu, em hipótese nenhuma, farei campanha para os dois candidatos. Eles estão concorrendo com liminares, eles foram objetos de busca e apreensão em suas casas. Um disse que tem experiência [fala de Eduardo Paes], mas eu não quero essa experiência de gastar R$ 40 milhões e matar um engenheiro e um gari [se referindo a queda da Ciclovia Tim Maia]. O outro [Marcelo Crivella] paga mais para um guardião do que para um médico e um professor [sobre a denúncia dos chamados 'Guardiões do Crivella']", disse.

"A conduta da campanha dos adversários foi de pura baixaria. Nós tínhamos claras chances de tirar Crivella do segundo turno, mas eu saio feliz dessa campanha, não tive a vitória eleitoral, mas tive a vitória política e de não me deixar abater. Eu sigo torcendo pela cidade do Rio", acrescentou Martha Rocha.

Participaram da coletiva o presidente do PDT, Carlos Lupi, o candidato a vice-prefeito Anderson Quack (PSB) e o presidente do PSB/RJ, Alessandro Molon. Martha Rocha foi questionada se a divisão dos partidos de esquerda para as eleições teria provocado a não ida dela ao segundo turno.

"A única campanha que tinha viabilidade para fazer um cenário diferente do segundo turno e a única campanha que mostrou que poderia ganhar do Crivella era PSB e PDT. Essa era a candidatura mais viável", falou a deputada.

O presidente do PDT, Carlos Lupi, acrescentou: "A união só existe quando as duas partes querem. Se você encontrar algum lugar onde o PT abra a mão do seu projeto para apoiar o seu parceiro, de um aliado, eu gostaria dessa constatação. É muito difícil pela característica que o PT tem de hegemonia, de se achar sempre o dono da verdade. O PT só olha para o próprio umbigo. Quando eles tiverem humildade, estou à disposição ao diálogo. Eles precisam reconhecer quando uma candidata tem menor rejeição, como tinha Martha, mas eles nunca tiveram. Eu torço para a lucidez vir um dia".

Pesquisa Ibope

Martha Rocha também disse acreditar que a última pesquisa do Ibope na noite de sábado (13) fez com que boa parte da população deixasse de votar nela já que, diferente das outras pesquisas, Benedita da Silva (PT) apareceu na frente.

"Eu não tenho a menor dúvida que a pesquisa estava errada. Se houve um erro técnico ou proposital, o futuro vai responder. Mas ela sinalizou para algumas pessoas a desistência ou inversão do voto útil. Pelo número de mensagens que circulam nas minhas redes sociais, pela maneira firma e honesta como conduzimos a campanha, houve sim uma interferência", finalizou a delegada.