Anistia Internacional lança ação contra execução de brasileiro na Indonésia
A ONG de direitos humanos Anistia Internacional lançou nesta quinta-feira (15) uma ação mundial para pressionar o governo da Indonésia a não executar o brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, 53, condenado à morte por tráfico de drogas. A entidade condenou a decisão do governo indonésio.
"A pena de morte é um atentado contra a vida que desumaniza a justiça e brutaliza o Estado. É inaceitável em qualquer circunstância e mais chocante quando aplicada a alguém que não cometeu crime violento", afirma Atila Roque, diretor-executivo da Anistia Internacional Brasil.
Outro brasileiro, Rodrigo Gularte, 42, também foi condenado à pena de morte e pode ser morto nas próximas semanas. "É inaceitável que o governo da Indonésia manipule a vida de dois brasileiros para fins de propaganda de sua política de segurança pública", diz Roque.
De acordo com ele, casos parecidos ocorreram no passado, e as autoridades do país acabaram atenuando a pena. "Instamos o presidente da Indonésia, Susilo Bambang Yudhoyono, a seguir o exemplo de seus antecessores e cancelar a execução de Archer e dos outros condenados à morte", diz Roque.
Ele lembra que a pena de morte é uma violação aos direitos humanos, como é definida em quatro tratados internacionais e pela Assembleia Geral da ONU.
Condenado à morte
O governo da Indonésia informou na quarta-feira (14) que executará Marco Archer Cardoso Moreira na noite de sábado (17), meio da tarde na hora de Brasília.
O brasileiro foi condenado em 2004, após tentar, um ano antes, entrar no país com 13,4 kg de cocaína escondidos em tubos de uma asa-delta.
Se a decisão for colocada em prática, será a primeira vez que um brasileiro vai ser executado no exterior. A morte se dá por fuzilamento.
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