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Em troca de prisioneiros com rebeldes, Líbano solta ex-mulher de líder do EI

Saja al-Dulaimi (no canto esquerdo, no alto da imagem, carregando um bebê), ex-mulher de Abu Bakr al-Baghdadi, líder do Estado Islâmico, foi libertada hoje - Reprodução/Al-Jazeera
Saja al-Dulaimi (no canto esquerdo, no alto da imagem, carregando um bebê), ex-mulher de Abu Bakr al-Baghdadi, líder do Estado Islâmico, foi libertada hoje Imagem: Reprodução/Al-Jazeera

Do UOL, em São Paulo

01/12/2015 11h18

A ex-mulher de Abu Bakr al Baghdadi, líder do grupo extremista Estado Islâmico (EI), foi libertada nesta terça-feira (1º) pelas autoridades do Líbano, em uma troca de prisioneiros com a Frente al-Nusra, braço sírio da Al Qaeda, de acordo com a rede Al Jazeera. Identificada como Saja al-Dulaimi, a mulher e dois filhos afirmaram à emissora de TV que devem buscar uma nova vida na Turquia.

A Frente al-Nusra, considerada uma organização terrorista pela ONU, Estados Unidos e outros países ocidentais, soltou 16 soldados e policiais libaneses que tinham sido capturados em agosto de 2014. Em troca, foram libertados 13 presos, entre eles al-Dulaimi.

Al-Dulaimi, casada agora com um palestino, se declarou em julho inocente das acusações de terrorismo que enfrenta no Líbano e afirmou que seu casamento com Baghdadi durou só um mês. Ela havia sido presa no norte do país em novembro de 2014, acusada de pertencer a um grupo terrorista.

“Sou ex-mulher de Abu Bakr al-Baghdadi. Estamos divorciados há seis anos. Vou a Beirute e planejo seguir para a Turquia”, disse ela após ser libertada, segundo a Al Jazeera.

Pouco antes do início da troca, a Frente al-Nusra entregou às autoridades libanesas os restos mortais de um soldado que tinha sequestrado em agosto de 2014 e assassinado um mês depois.

O acordo de troca, que levou meses para ser negociado e foi mediado pelo Qatar, incluiu o estabelecimento de um corredor humanitário para fornecer ajuda, principalmente médica, à região de Yurud Arsal, que está sob controle dos jihadistas e onde há refugiados sírios.

O advogado Nabil al Halabi, um dos mediadores, disse em entrevista à televisão libanesa MTV ter esperança de que, após a troca, estes refugiados sírios recebam mais ajuda e que os feridos possam ter tratamento em hospitais libaneses.

Os parentes dos ex-reféns os esperaram abraçados, chorando de alegria e com músicas e dança em Beirute. Um porta-voz das famílias, Hussein Youssef, no entanto, disse à televisão Al Yadid que "sua alegria não será total até que libertem também os que estão nas mãos do Estado Islâmico".

Os militares foram capturados em agosto de 2014, durante sangrentos combates entre o Exército libanês e jihadistas do EI e da Frente al-Nusra na região de Arsal. Cerca de 19 militares morreram nesses confrontos e 35 foram capturados --os 16 libertados hoje permaneciam com a Frente al-Nusra, nove são mantidos pelo EI e os outros dez foram assassinados ou libertados. 

Pouco se sabe sobre a vida de Abu Bakr al-Baghdadi. Alguns especialistas afirmam que ele teria três esposas, sendo duas iraquianas e uma síria. (Com informações das agências de notícias Ansa e EFE)