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Após visita a ilha grega, papa leva 12 refugiados sírios para o Vaticano

O papa Francisco recebe famílias de refugiados sírios no aeroporto Ciampino, em Roma, que estavam no campo de refugiados de Moria, na ilha grega de Lesbos - Filippo Monteforte/AFP
O papa Francisco recebe famílias de refugiados sírios no aeroporto Ciampino, em Roma, que estavam no campo de refugiados de Moria, na ilha grega de Lesbos Imagem: Filippo Monteforte/AFP

16/04/2016 09h30

O papa Francisco voltou de sua viagem à ilha grega de Lesbos, com doze refugiados sírios, dentre eles seis crianças, informou neste sábado (16) a Santa Sé. O papa é chefe da Igreja Católica Romana mas também é chefe de Estado do Vaticano. 

O grupo embarcou com o papa no avião levou o pontífice de volta ao Vaticano.

"O papa quis dar um sinal de acolhida aos refugiados, sendo acompanhado no mesmo avião por três famílias de refugiados, doze pessoas, das quais seis menores de idade", informou o padre Federico Lombardi, que informou que a iniciativa foi tomada com a permissão das autoridades competentes.

A ilha grega de Lesbos concentra neste momento cerca de 3.000 de refugiados e imigrantes que serão deportados a seus países de origem -- além de sírios, há muitos paquistaneses e afegãos no local. Eles serão deportados porque chegaram à Europa após a entrada em vigor do acordo entre a Turquia e a União Europeia.

Durante a visita ao campo de Moria, em Lesbos, o papa Francisco se encontrou com os refugiados, a quem disse que não estão sós. 

Em discurso, ele pediu ao mundo, e sobretudo à Europa, para que responda de maneira "digna de nossa humanidade comum" à crise migratória

"Que todos os nossos irmãos e irmãs deste continente, como o Bom Samaritano, venham ajudá-los no espírito da fraternidade, solidariedade e respeito pela dignidade humana que marcou sua longa história", acrescentou, em uma repreensão implícita a vontade das autoridades europeias de reenviar esses migrantes à Turquia.

"Os imigrantes, antes de serem números, são pessoas", ressaltou.

Francisco, acompanhado pelo patriarca de Constantinopla Bartolomeu e de Ieronymos, o arcebispo ortodoxo de Atenas e de toda a Grécia, passou uma hora no campo, cumprimentando, abençoando e recebendo com carinho os desenhos de várias crianças.

"Viemos aqui para atrair a atenção do mundo sobre esta grave crise humanitária e pedir por sua resolução", acrescentou o pontífice.

"Aqueles que têm medo de vocês não olharam em seus olhos (...) não viram os seus filhos", acrescentou o patriarca de Constantinopla, e "o mundo será julgado sobre a maneira como tem os tratado".

Francisco foi recebido pelo primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, e pelo patriarca ecumênico Bartolomeo, que lhe deram as boas-vindas.

Em um breve encontro realizado nas instalações do aeroporto, Tsipras afirmou que a "histórica" visita de Francisco é uma oportunidade enorme para se destacar a necessidade de deter a guerra e de possibilitar que pessoas que fogem de seus lares e buscam um futuro melhor na Europa possam encontrar uma via legal para fazê-lo.

Os cidadãos das ilhas mostraram uma grande humanidade e solidariedade, apesar das grandes dificuldades que sofrem em consequência das políticas de austeridade, disse Tsipras. (Com agências internacionais)