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Na ONU, Obama dá indireta a Trump e diz que muros aprisionam nações

Na ONU, Temer diz que processo de impeachment "é exemplo"

UOL Notícias

Do UOL, em São Paulo

20/09/2016 12h45

Barack Obama concedeu seu último discurso como presidente americano na Assembleia-Geral da ONU nesta terça (20) e defendeu as democracias liberais, combatendo o que chamou de "populismo grosseiro".

Ele também cutucou o candidato republicano à Presidência americana, Donald Trump, ao rejeitar a construção de muros em volta dos países --um dos projetos de Trump é levantar um muro na fronteira com o México.

"O mundo é muito pequeno para simplesmente construirmos um muro e impedir que outros afetem nossa sociedade", disse Obama. "Uma nação com muros só aprisiona a si mesma. Rejeitar a integração global não é uma resposta."

Em defesa das democracias liberais, Obama afirmou que "é preciso corrigir rumos" e rejeitou qualquer "populismo grosseiro". No entanto, disse que não se pode ignorar estas visões. "Elas refletem o descontentamento de muitos de nossos cidadãos", afirmou.

"Aqueles que acreditam na democracia devem falar isso enfaticamente, porque tanto os fatos quanto a história estão do nosso lado", disse Obama.

Em relação à guerra na Síria, o presidente pediu para que se prossiga com "o difícil trabalho da diplomacia", dizendo que não haverá um ponto final militar no conflito."Em um lugar como a Síria não se pode alcançar uma vitória militar, e temos de continuar com a difícil tarefa da diplomacia que se propõe a interromper a violência e fazer chegar ajuda àqueles que necessitam", expressou.

O presidente americano também destacou, neste sentido, que as nações podem fazer mais para ajudar os refugiados e migrantes. Apesar disso, ressaltou que o "extremismo continuará sendo exportado".

Ainda de acordo com Obama, é preciso rechaçar "qualquer forma de racismo, fundamentalismo e ideias de superioridade racial". "É preciso abraçar a tolerância e o respeito de todos os seres humanos e todas as culturas", apontou. "Devemos reconhecer que as mesmas forças de globalização que nos aproximam também nos expõe a falhas profundas", disse lembrando que, por exemplo, a Internet pode ser usada para o recrutamento de jihadistas.   

O presidente também forneceu uma saída para o conflito entre Israel e Palestina. "Com certeza israelenses e palestinos estarão melhores caso palestinos rejeitem incitamentos e reconheçam a legitimidade de Israel... (e se) Israel reconhecer que não pode permanentemente ocupar e se estabelecer em território palestino."

O líder norte-americano ainda criticou os testes nucleares da Coreia do Norte e disse que a Rússia tenta recuperar sua antiga glória "por meio da força", em meio ao envolvimento militar de Moscou na Síria e na Ucrânia. "Em um mundo que deixou para trás a era dos impérios, vemos como a Rússia tenta recuperar sua glória passada pela força", afirmou.

Por fim, enfatizou que é urgente que o acordo de Paris sobre o clima entre em vigor, pedindo que os líderes mundiais não deixem o problema para as futuras gerações resolverem. "Se não agirmos com audácia, teremos migrações em massa, cidades submersas e reservas de alimentos dizimados. Deve haver um sentido de urgência para colocar em prática o acordo e ajudar os países mais pobres a deixar de lado formas destrutivas de energia", acrescentou. (Com agências internacionais)