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Homem abandona neonazismo e remove tatuagens de suástica após amizade improvável

Kent abandonou a doutrina nazista após conhecer a policial Tiffany Whittier - Reprodução
Kent abandonou a doutrina nazista após conhecer a policial Tiffany Whittier Imagem: Reprodução

Colaboração para o UOL

26/09/2017 14h29

Nesses tempos em que a supremacia branca volta a dar as caras nos Estados Unidos, um norte-americano do estado do Colorado decidiu cobrir as suásticas que tatuou pelo corpo ao longo de seus 38 anos. Tudo porque o ex-neonazista Michael Kent encontrou Tiffany Whittier (45), uma policial afro-americana que ele conheceu em sua condicional.

É o que conta Kent no dia em que sentou em um salão para sua primeira sessão de tatuagem. “Se não fosse por ela, eu não teria mudado", disse Kent. "Eu olho para ela como parte da minha família”, disse o norte-americano em entrevista ao canal "ABC".

A policial começou inspirando Kent a tirar as bandeiras nazistas que tinha penduradas na sala de estar e substituí-las por quadros com pessoas sorrindo. "Não estou aqui para julgá-lo. Esse não é meu trabalho. Meu trabalho é ser uma pessoa positiva na vida de alguém ", disse ela.

Desde então, as coisas começaram a mudar. "Quando você acorda e vê um rosto sorridente, você vai trabalhar sorrindo também”, brinca Kent, que agora trabalha em tempo integral em uma fazenda de criação de frango, onde todos os seus colegas de trabalho são latinos. "Antes disso, eu não trabalharia para ninguém ou com alguém que não fosse branco", disse Kent. "[Agora] temos festas da empresa eu sou o único homem branco lá!"

Uma organização nacional sem fins lucrativos, que oferece remoções gratuitas de tatuagens relacionadas ao ódio, ajudou a conectar Kent com o Fallen Heroes Tattoo para começar o processo de 15 horas de cobertura das suásticas. O ambiente esterilizado é novo para Kent, que só havia se tatuado na prisão.

"Nunca, nunca, nunca estive dentro de uma loja de tatuagens, fazendo uma tatuagem profissional." Kent acredita que o processo doloroso irá ajudá-lo a avançar depois de passar anos como membro de um grupo de skinhead violento baseado no Arizona.

Como pai de duas crianças pequenas, ele também espera que seus filhos vejam o mundo de maneira diferente. "Eu não quero que meus filhos vivam a vida que vivi, com ódio", disse Kent. "Eu quero que meus filhos me conheçam por quem eu sou agora. Um bom pai, um trabalhador e um bom provedor.”