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Greenpeace abandona diálogos oficiais da Rio+20 e chama evento de "fórum de comercial de margarina"

Maria Denise Galvani

do UOL, no Rio

16/06/2012 11h44Atualizada em 16/06/2012 12h32

O coordenador de políticas públicas do Greenpeache Brasil, Nilo D´Ávila, anunciou que a organização decidiu na noite de sexta-feira (15) não participar dos diálogos oficiais com a sociedade civil da Rio+20, Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, que vai até o dia 22 de junho, no Rio de Janeiro. A partir deste sábado (16), segundo o ambientalista, a gigante internacional vai participar apenas do fórum paralelo, a Cúpula dos Povos.

"Decidimos ontem não participar do evento no Riocentro, porque não temos hoje qualquer tipo de diálogo com o governo brasileiro", disse D´Ávila. "Já havíamos sinalizado com essa possibilidade para o Itamaraty, que nos fez o convite, e ontem referendamos essa decisão numa assembleia."

Assim como o Greenpeace, outras ONGs que defendem o meio ambiente no Brasil, como a SOS Mata Atlântica, se recusaram a participar dos debates oficiais.

Começou hoje (16) no Riocentro, o coração da Rio+20, uma série de debates entre representantes de ONGs e outros grupos da sociedade civil, de onde vão sair recomendações para a reunião dos chefes de Estado na Conferência, marcada para os últimos três dias do evento. A Rio+20 é a Conferência da ONU para o desenvolvimento sustentável, que acontece até o dia 22 de junho, no Rio de Janeiro.

"Convidamos todos a não participar do Fórum Humanidades (instância oficial da Rio+20 para a participação da sociedade civil), este fórum de comercial de margarina, que não existe", disse ainda D´Ávila, durantee uma plenária na Cúpula dos Povos, que teve a participação de representantes de 11 ONGs nacionais para debater avanços e retrocessos na política ambiental brasileira desde a Rio92.

D´Ávila ainda chamou de "embrulhinho" o pacote ambiental lançado pela presidente Dilma Rousseff na terça-feira da semana passada (5), que cria Unidades de Conservação na Amazônia. "Preferia que ela não tivesse lançado nada", disse.

O foco das críticas de D´Ávila e dos outros ambientalistas presentes no evento foi o governo Dilma e medidas como a aprovação recente do novo Código Florestal e a redução de IPI para a compra de veículos novos. Também a organização da Conferência por parte do governo brasileira foi atacada. "Até do espaço aéreo eles se apropriaram, sem consulta pública."