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Invasão de terreno no Morumbi é irresponsabilidade de movimentos sociais

Especial para o UOL

03/10/2014 06h00

A Sociedade Amigos do Morumbi e Vila Suzana (Samovis) vem acompanhando com muito cuidado as diversas invasões que acontecem no Morumbi, em particular essa ultima envolvendo uma Área de Proteção Permanente, APP, onde está localizado o Parque Sergio Vieira de Melo.

Os invasores, na sua grande maioria originados da Comunidade do Jardim Colombo, talvez não tenham memoria do risco de vida que oferece essa área, e essa é a primeira das nossas preocupações.

Não nos conforta a possibilidade de reprisarmos tragédia semelhante, veiculada exaustiva e até internacionalmente pela mídia, e que, em 1989, provocou quase 20 mortes de pessoas da extinta Favela Nova Republica, que existia nesse mesmo local.

O terreno do parque que foi invadido possui graves problemas de instabilidade no solo, resultado de um aterro clandestino feito na década de 1990.

A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente possui laudos que corroboram a nossa preocupação, razão pela qual o parque ainda não foi implementado, pois há a necessidade de obras que garantam a estabilidade do terreno.

Assim, vemos com grande preocupação a irresponsabilidade de lideranças de movimentos sociais em mobilizar e colocar moradores neste terreno com o pretexto de construção de habitação de interesse social.

A Samovis, com apoio dos moradores do entorno do parque, defende a construção de habitação de interesse social de qualidade para seus moradores. Neste sentido, exige a imediata retomada das obras de urbanização das comunidades de Paraisópolis, Jardim Colombo e Porto Seguro, paradas desde o inicio da gestão Haddad.

Há atualmente cerca de 4 mil famílias em aluguel social aguardando a construção de moradias. O único prédio de apartamentos inaugurado em Paraisópolis pelo atual prefeito foi construído ainda na gestão anterior.

Dessa forma, entendemos ser urgente a retomada da construção de moradias, além da construção do parque linear do córrego do Atônico, das escolas de musica e de três escolas de ensino fundamental. Há também a construção Parque Paraisópolis entre os pleitos dos moradores dessas comunidades.

Finalmente, vemos com extrema preocupação este cenário de abandono destas comunidades pelo poder público, pois isso incentiva movimentos sociais a invadirem terrenos públicos e privados no nosso bairro, sob pretexto de lutar por moradias.

Assim, já entramos com representação no Ministério Publico exigindo a imediata reintegração de posse da área invadida do Parque Sergio Vieira de Melo, de forma a preservar as vidas das pessoas que lá estão e garantir o nosso escasso patrimônio verde.

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