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Nunca comentei pesquisa "boa nem ruim", diz Dilma sobre queda no Datafolha

Débora Melo

Do UOL, em Brasília

01/07/2013 19h37

A presidente Dilma Rousseff disse nesta segunda-feira (1º), em reunião com os ministros na Granja do Torto, que não comenta pesquisas de opinião nem "boas nem ruins".  No final de semana, o instituto Datafolha revelou uma queda de 27 pontos percentuais na aprovação da presidente em apenas três semanas.

"Eu nunca comentei pesquisa. Recebo pesquisa como um valor de face", declarou. Segundo a presidente, a pesquisa "é um retrato do momento e deve ser respeitada".

Segundo o Datafolha, 30% dos brasileiros consideram a gestão Dilma boa ou ótima. Na primeira semana de junho, antes da onda de protestos que irradiou pelo país, a aprovação era de 57%. Em março, seu melhor momento, o índice era mais que o dobro do atual, 65%.

O Datafolha também divulgou pesquisa sobre as intenções de voto dos brasileiros para as eleições de 2014. A taxa de intenção de votos de Dilma caiu até 21 pontos percentuais. Embora ainda lidere a disputa de 2014, a queda indica que hoje ela teria de enfrentar um segundo turno.

Pactos

A presidente detalhou alguns dos itens do pacto anunciado na semana passada.

O plebiscito sobre a reforma política, cuja proposta será encaminhada ao Congresso Nacional nesta terça, deverá ter como temas "o financiamento das campanhas e ao padrão de voto vigente", mas pode incluir outras questões, segundo a presidente.

Questionada se a reforma política vai valer já para as eleições de 2014, Dilma diz que não é ela quem decide a questão. "Eu te diria que do nosso ponto de vista seria de todo oportuno, mas não temos como definir isso, depende do prazo do TSE e, em função do prazo, depende do senado e da câmara. Eu não tenho governabilidade sobre essa questão.

Sobre transporte urbano, a presidente disse que no "mundo inteiro" ele é subsidiado e que está vendo a possibilidade de fazer um programa ainda mais robusto com governadores e prefeitos.  Na semana passada, a presidente anunciou R$ 50 bilhões para o setor.

Sobre saúde, outro dos pactos, hoje Dilma voltou a se defender das críticas sobre a contratação de médicos estrangeiros. "Nós temos uma política que é dar prioridade para o médico brasileiro. Não havendo médico brasileiro, se chamaria médicos de outros países", disse.

Sobre a educação, outro dos cinco pactos, Dilma prometeu aumentar os gastos no setor. "Não há educação no mundo sem dar status a professor."

Reunião ministerial

O encontro ocorre na Granja do Torto, uma das residências oficiais da Presidência em Brasília. A reunião conta com a presença do vice-presidente Michel Temer. O titular das Relações Exteriores, Antonio Patriota, está em viagem oficial ao exterior e enviou um representante ao local. A ministra da Cultura, Marta Suplicy, está na Espanha e também não participa da reunião.

Além de ministros, foram ao Torto os líderes do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), e no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), o líder do governo no Congresso, senador José Pimentel (PT-CE), assim como Marco Aurélio Garcia, assessor especial da presidência.

No fim de semana, Dilma teve reuniões com os ministros das Comunicações, Paulo Bernardo, e da Saúde, Alexandre Padilha. Hoje pela manhã, a presidente recebeu o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Segundo Bernardo, Dilma vai orientar os ministros a darem continuidade aos projetos do governo e dar informações sobre como estão sendo encaminhadas as reivindicações dos movimentos sociais.

De acordo com o Planalto, esta é a terceira vez que Dilma se reúne com todos os ministros -- a primeira neste ano. As reuniões anteriores com todos os integrantes do primeiro escalão ocorreram em janeiro de 2011, poucos dias após a posse, e em janeiro de 2012. Este é ainda o primeiro encontro desde a criação do 39º ministério, a Secretaria da Micro e Pequena Empresa.