Vargas deixa sessão do Conselho de Ética e diz que recorrerá à CCJ e ao STF
Após a tentativa fracassada de trocar o relator do seu processo no Conselho de Ética, o deputado federal André Vargas (sem partido-PR) abandonou nesta terça-feira (5) a sessão no meio e informou que irá recorrer à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e ao STF (Supremo Tribunal Federal) para pedir mais prazo para o depoimento de testemunhas e dele próprio.
“É um atropelo ao direito de defesa que eu gostaria de ter tido. (...) O relator antecipou o seu voto a todo momento”, disse ao deixar o plenário do conselho. “Vamos buscar os nossos direitos seja na CCJ, seja no STF para garantir o mínimo processo legal.”
Como uma última estratégia antes da apresentação do relatório do deputado Júlio Delgado (PSB-MG), marcada para hoje, a defesa dele apresentou ontem um pedido de suspeição contra o pessebista argumentando que antecipara o seu voto pela imprensa.
Ao ter o seu requerimento rejeitado na sessão de hoje, Vargas tentou, então, convencer o relator a aceitar que ele e outras testemunhas fossem ouvidos amanhã.
Delgado rebateu e disse que não poderia aceitar uma vez que, pelo regimento, ele já havia encerrado a fase de instrução do processo, mas que ouviria Vargas hoje mesmo.
O ex-petista não concordou argumentando que não havia se preparado nem tinha em mãos os documentos para provar sua defesa e saiu nervoso do plenário.
Delgado, então, começou a ler o seu relatório e por volta das 18h10 ainda não havia apresentado o seu voto, que poderá ser até pela cassação do mandato parlamentar de Vargas.
Após a votação no conselho, o parecer será ainda submetido ao plenário da Câmara dos Deputados, que terá a palavra final sobre eventual punição ao deputado.
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