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Manifestações como panelaços são normais na democracia, diz Dilma

Leandro Prazeres

Do UOL, em Brasília

06/05/2015 12h04Atualizada em 06/05/2015 13h09

A presidente Dilma Rousseff (PT) classificou como “normais” os panelaços e buzinaços realizados em 22 Estados e no Distrito Federal durante a veiculação do programa do PT em rede nacional de TV na noite da última terça-feira (5). “Se em alguns outros países, manifestações assumindo a forma de panelaço não são consideradas normais, no Brasil, elas são normais porque nós construímos a democracia”, afirmou a presidente durante entrevista coletiva realizada nesta quarta-feira (6) em Brasília após cerimônia de lançamento do Plano Nacional de Defesa Agropecuária.

O PT e a presidente Dilma têm sido alvos de panelaços recorrentes desde o último dia 8 de março, quando manifestações contrárias à presidente foram verificadas em 12 capitais enquanto ela fazia um pronunciamento em rede nacional de TV em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. No último dia 1º, a presidente, pela primeira vez desde que assumiu o cargo, trocou o pronunciamento em homenagem ao Dia do Trabalhador em rede de TV para um pronunciamento disponibilizado na internet.

Questionada sobre o que levou o PT a não incluí-la no programa do partido veiculado na última terça-feira, Dilma minimizou o fato. “Nem sempre eu participo do programa do PT”, afirmou a presidente. No programa de ontem, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi a principal figura do partido a aparecer.

Ajuste fiscal

Ao falar sobre o pacote de medidas de ajuste fiscal, que enfrenta resistências entre a bancada aliada no Congresso Nacional, Dilma pediu "tranquilidade". “Vou repetir, acho que a gente não pode fazer análises políticas sobre questões relevantes como é o caso do ajuste fiscal em cima de climas emocionais momentâneos”, afirmou.

Na última terça-feira, o líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), anunciou que o partido vai tirar o apoio “integral” que havia prometido à votação do pacote de ajuste fiscal proposto pelo governo e que está em votação no plenário da Câmara.

O anúncio feito por Picciani aconteceu após a divulgação do programa do PT em que o ex-presidente Lula manifestou ser contra o projeto de lei 4330 que prevê a possibilidade de terceirização das chamadas “atividades-fim”.

Também na noite de ontem, o governo sofreu mais uma derrota no Congresso. A chamada PEC da Bengala, que eleva de 70 para 75 anos a idade para aposentadoria de ministros de tribunais superiores e do TCU (Tribunal de Contas da União). Na prática, a medida é considerada uma derrota do governo pois tira a possibilidade de a presidente nomear até cinco ministros do STF que, pela regra anterior, estavam prestes a se aposentar.