Rompimento de Cunha com o governo é posição pessoal, diz PMDB em nota
O PMDB emitiu uma nota nesta sexta-feira (17) em que diz respeitar o rompimento com o governo anunciado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), mas não demonstrou apoio à medida anunciada pelo deputado. Cunha anunciou que está “pessoalmente” rompido com o governo.
O texto diz que, apesar do anúncio de Cunha, “toda e qualquer decisão partidária só pode ser tomada após consulta às instâncias decisórias do partido”. Mais cedo, Cunha disse ele havia rompido com o governo de Dilma Rousseff (PT).
O congresso nacional do PMDB está previsto para o mês de setembro. Nesta sexta-feira, Cunha disse que irá defender o rompimento formal da legenda com o governo. “Eu vou pregar no congresso do PMDB, em setembro, que o PMDB rompa com o governo. Saia do governo. E eu, a partir de hoje, me considero em rompimento pessoal com o governo”, afirmou.
Na última quarta-feira (15), líderes do PMDB, entre eles o presidente nacional do partido e vice-presidente da República, Michel Temer, anunciaram que o partido deverá ter um candidato da legenda à Presidência da República em 2018. Nas últimas duas eleições presidenciais, o PMDB se aliou ao PT.
O rompimento de Cunha com o governo acontece um dia depois de um depoimento do consultor Júlio Camargo à Justiça Federal do Paraná vir a público. O consultor afirmou ao juiz federal Sérgio Moro, que conduz as investigações da operação Lava Jato, que pagou US$ 5 milhões em propinas a Eduardo Cunha e que o presidente da Casa o pressionou para que o dinheiro fosse pago.
Veja a íntegra da nota:
"A manifestação de hoje do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, é a expressão de uma posição pessoal, que se respeita pela tradição democrática do PMDB. Entretanto, a Presidência do PMDB esclarece que toda e qualquer decisão partidária só pode ser tomada após consulta às instâncias decisórias do partido: comissão executiva nacional, conselho político e diretório nacional.
Assessoria de Imprensa do PMDB"
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