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Vereadores trocam socos e pontapés na Câmara de Restinga (SP)

Eduardo Schiavoni

Colaboração para o UOL, em Ribeirão Preto

24/09/2015 20h49

A Câmara de Vereadores de Restinga (a 389 km de São Paulo) se transformou em ringue de MMA (mixed martial arts, também conhecido como vale tudo) no mês passado. é o que mostra um vídeo da câmera de segurança do plenário, que foi divulgado nesta semana.

As imagens mostram três vereadores da cidade trocam socos, chutes, empurrões e até mordidas. O motivo da discussão foi o debate sobre um parecer do TCE (Tribunal de Contas do Estado) que rejeitou as contas do ex-prefeito Evanildo Donizete Montagnini, o Zetão (PSC). O caso foi registrado na polícia como lesão corporal contra um dos parlamentares. A investigação ainda não foi concluída.

A confusão ocorreu no primeiro dia de setembro, em sessão que analisaria as contas de Zetão. Segundo o TCE, uma das irregularidades da gestão diz respeito ao gasto  com combustíveis. Em 2012, a cidade, que não chega a 10 mil habitantes, gastou R$ 1,1 milhão, valor próximo ao gasto por cidades como Ribeirão Preto (1,4 milhão, com 620 mil habitantes).  O Ministério Público abriu 11 inquéritos para apurar as irregularidades, entre elas a dos combustíveis.

A sessão que aprovou as contas de Zetão foi convocada sem que a pauta fosse estabelecida. O único vereador contrário, Leonardo Neves Cintra (DEM), teve apenas dois minutos para se pronunciar sobre o caso antes da votação, que foi encerrada menos de dez minutos depois de a sessão ser iniciada. No mesmo dia, os vereadores realizaram uma sessão extraordinária, onde Cintra voltou a comentar o assunto.

Nesse momento, foi interrompido pelo vereador Osvaldo Martini Miguel Cubas (PSB), vice-presidente da Casa, que presidia a sessão. Ele alegou que a aprovação já tinha sido efetuada e que Cintra não poderia falar mais sobre o caso. "Eu usei a tribuna e disse que era preciso mais tempo para analisar o caso, já que o assunto era sério. Estavam querendo aprovar as contas na marra", conta r

Segundo o parlamentar, o vereador Clóvis Martini Cubas (PTB), o Trovão, que é irmão de Osvaldo, não gostou do questionamento e começou uma discussão. Trovão partiu para cima de Cintra e houve troca de socos. Cubas intervém e ajuda Trovão.

Com muito esforço, os três foram separados pelos demais vereadores e a sessão foi encerrada. "Tive uma costela quebrada e as costas mordidas", denunciou Cintra, que entrou com uma ação judicial para que a sessão seja cancelada. O caso será julgado na Vara da Fazenda Pública de Franca. As agressões estão incluídas em inquérito criminal na Delegacia Seccional de Franca.

O vereador Trovão negou que tenha mordido Cintra e se disse perseguido pelo "colega". "Eu sou o alvo dele. Tudo que acontece ele berra que a culpa é do Trovão. O vídeo é claro, eu fui agredido".

Osvaldo Cubas também foi procurado, mas não foi localizado para comentar o caso.