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Análise: Protestos são derrota de Dilma, Lula e PT, mas não são vitória da oposição

Do UOL

Em São Paulo

13/03/2016 21h50

Os protestos deste domingo, 13 de março, representam uma grande derrota para o governo Dilma, para o ex-presidente Lula e para o PT, mas não representam uma vitória para a oposição, que não tem apoio definitivo da população. A análise é do jornalista Fernando Rodrigues, blogueiro do UOL.

"O que é importante avaliar é o efeito e o impacto que as manifestações deste 13 de março vão ter sobre as crises política e econômica que o país enfrenta neste momento. As manifestações de hoje são uma demonstração muito forte da população, as maiores manifestações recentes na história do país, a respeito da reprovação do governo da presidente Dilma Rousseff, da reprovação da própria presidente, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e também do PT, que dá apoio político ao atual governo, a Lula e a Dilma. Portanto, essas demonstrações da população representam uma grande derrota para o grupo político que comanda o país. Porém, é necessário também dizer que a oposição não venceu na mesma proporção da derrota dos governistas."

"A oposição sofreu algumas admoestações hoje. Eu acredito que essas vaias que alguns integrantes do PSDB receberam em São Paulo são até menos relevantes que as dificuldades que a oposição continua a ter para viabilizar uma eventual transição com a saída de Dilma Rousseff. A população hoje deu uma derrota muito grande para o governo, mas não deu uma vitória completa para a oposição, porque na segunda-feira, dia 14 de março, a oposição não vai acordar, sair da cama já  pronta para assumir o país, porque ainda não conseguiu ganhar apoio político entre si -há muita divergência entre os opositores ainda- e não tem um apoio definitivo da população", disse Fernando Rodrigues.

"É um cenário de muita incerteza sobre o que virá a seguir. O que existe é um governo que está congelado, paralisado, e com quase certeza absoluta, não chega até 2018 por várias razões. Porém, não se sabe ainda o que vai ficar no lugar desse governo", disse.