'Tranquilo', Jucá diz que pediu para sair para evitar 'manifestações babacas'
O senador Romero Jucá (PMDB-RR) subiu à tribuna pela primeira vez após ter de se licenciar do cargo de ministro do Planejamento do governo Temer.
Ele respondeu ao discurso da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que comentou reportagem da "Folha de S.Paulo" sobre os áudios da conversa entre Jucá e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, em que o ex-ministro sugeriu uma "mudança" no governo federal para fazer um pacto para "estancar a sangria" representada pela Operação Lava Jato.
"A senadora tratou de forma irresponsável [o assunto]", disse Jucá, que ressaltou que vai se defender em discurso no Senado na quarta-feira (25). "Não fiz nenhuma ação para impedir a investigação da Lava Jato. Estarei à disposição para debater com todos: fundamentalistas, petistas, arrivistas, qualquer um que queira levantar qualquer tipo de questionamento."
Jucá afirmou que foi ele que pediu para sair do governo. "Não cometi nenhum ato de irregularidade. O presidente Michel Temer pediu que eu continuasse no ministério, mas eu entendi que, para que as coisas sejam esclarecidas e evitar exatamente esse tipo de manifestação atrasada, irresponsável e babaca de algumas pessoas, eu encaminhei ao seu Rodrigo Janot solicitando informação se na minha fala que foi gravada, à minha revelia, se há algum crime ou alguma imputação de conduta irregular. Falei com o presidente Michel, me afastei enquanto a PGR não responder a essa questão. Estou muito tranquilo."
Ele também comparou o governo Temer com o "governo atrasado" de Dilma, que "enganava a população e fez um golpe quando mentiu na eleição de 2014 e imputou a outros candidatos o que ela [Dilma] faria depois".
Temer enfrenta seu primeiro grande teste no Congresso desde que assumiu o governo federal, há 12 dias. Em sessão conjunta na manhã de hoje, Câmara e Senado devem começar a apreciar o projeto de lei que altera a meta fiscal para este ano.
A proposta do governo é alterar a atual previsão para um deficit de R$ 170,5 bilhões. Temer precisa que deputados e senados votem a favor desse projeto até o fim deste mês. Se isso não ocorrer, o governo corre o risco de não ter dinheiro para pagar suas contas.
Na semana passada, Temer fez um apelo a líderes partidários pela aprovação da nova meta fiscal. Ele chegou a declarar que "se não aprovar, daqui a pouco quem estará cometendo pedalada sou eu", em referência às manobras que serviram de justificativa para o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.
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