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Lula convoca Maia como testemunha em ação no DF e fará perguntas por escrito

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - Nelson Antoine - 13.jul.2017 /Estadão Conteúdo
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva Imagem: Nelson Antoine - 13.jul.2017 /Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

04/08/2017 17h11

O juiz Vallisney de Souza Oliveira, da Justiça Federal de Brasília, deu nesta sexta-feira (4) um prazo de três dias para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Luís Cláudio Lula da Silva, seu filho, enviem as perguntas que querem fazer ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O deputado foi convocado por Lula e Luís Cláudio como testemunha de defesa em processo da Operação Zelotes. 

Por lei, Maia tem direito a prestar depoimento por escrito. Situação similar ocorreu recentemente com o presidente Michel Temer (PMDB), que respondeu por escrito a perguntas feitas pelo ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) em processo sobre irregularidades no fundo de investimentos do FGTS (FI-FGTS).

Neste processo, Lula e Luís Cláudio são réus por lavagem de dinheiro e organização criminosa, sendo que o ex-presidente também responde por tráfico de influência.

Quando a Justiça Federal de Brasília aceitou a denúncia do MPF (Ministério Público Federal) contra Lula, no fim do ano passado, sua defesa divulgou nota chamando a decisão de "mais uma acusação frívola contra o ex-presidente e seus familiares". O texto dizia ainda que a denúncia "faz parte de uma tática de tentar desconstruir a imagem de Lula e de prejudicar a sua atuação política".

Os outros dois réus no processo, Mauro Marcondes Machado e Cristina Mautoni Marcondes Machado, respondem por crimes de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Entenda o caso

Em dezembro de 2016, a Justiça Federal de Brasília aceitou denúncia do MPF acusando Lula de interferir na compra de 36 caças do modelo Gripen, da Saab, pelo governo brasileiro e na prorrogação de incentivos fiscais destinados a montadoras de veículos por meio da MP (Medida Provisória) 627. Os casos ocorreram entre 2013 e 2015, quando Lula já não era presidente -- à época, a presidente era a também petista Dilma Rousseff.

Segundo o MPF, na condição de ex-presidente, Lula integrou um esquema que vendia a promessa de que ele poderia interferir junto ao governo para beneficiar as empresas MMC (vendedora e fabricante de carros da Mitsubishi), Caoa (vendedora e fabricante de carros da Hyundai) e Saab. As companhias eram clientes do escritório Marcondes e Mautoni Empreendimentos e Diplomacia Ltda (M&M), empresa de lobby do casal Mauro Marcondes e Cristina Mautoni.

Em troca, de acordo com os procuradores, Mauro e Cristina, donos da M&M, repassaram a Luis Cláudio pouco mais de R$ 2,5 milhões.