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Defesa de Lula diz que Dilma irá depor em ação do sítio e pede Haddad no lugar de Tarso

01.jun.2017 - Ex-presidentes Lula e Dilma participam de congresso do PT - Pedro Ladeira/Folhapress
01.jun.2017 - Ex-presidentes Lula e Dilma participam de congresso do PT Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Ana Carla Bermúdez

Do UOL, em São Paulo

21/06/2018 22h44

Em petição enviada ao juiz federal Sergio Moro nesta quinta-feira (21), a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que a também ex-presidente Dilma Rousseff (PT) irá prestar depoimento na ação do sítio de Atibaia (SP) no dia 29 de junho, independentemente de ter sido intimada.

Na última terça (19), uma oficial de justiça do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) afirmou, em documento anexado aos autos do processo, que não conseguiu intimar a petista sobre a data de sua oitiva, pois não a encontrou no endereço indicado. Procurada pelo UOL, a assessoria da ex-presidente afirmou que ela se encontrava em viagem à Inglaterra e que retornaria ao Brasil na terça-feira (26).

Os advogados de Lula também solicitaram a Moro que o ex-ministro Tarso Genro seja substituído como testemunha pelo ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad. A defesa do ex-presidente argumenta que Tarso já foi ouvido em outras ações penais e que seus depoimentos prestados naquelas ocasiões podem ser aproveitados para este processo, já que os advogados não possuem questões complementares.

Pelo mesmo argumento, a defesa de Lula também pede a desistência do depoimento do ex-ministro Jacques Wagner, designado para o dia 29.

Nesta ação, Lula é réu pelos supostos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O MPF (Ministério Público Federal) denunciou o ex-presidente sob a acusação de ter recebido cerca de R$ 1 milhão em propinas por meio de reformas feitas na propriedade pelas construtoras Odebrecht, OAS e Schahin.

Moro aceitou a denúncia em agosto do ano passado, transformando Lula e mais 12 pessoas em rés no processo. A defesa do ex-presidente afirma que ele jamais pediu ou recebeu favorecimento ou vantagem indevida de qualquer empresa.

A propriedade pertence aos empresários Fernando Bittar e Jonas Suassuna. No começo de 2016, pouco depois de a investigação vir a público, a assessoria de imprensa do Instituto Lula divulgou uma nota dizendo que o ex-presidente frequentava, "em dias de descanso, um sítio de propriedade de amigos da família na cidade de Atibaia".

O processo está na fase de depoimentos de testemunhas de defesa, que devem ser concluídos no fim de junho. Os interrogatórios dos réus ainda não foram marcados.