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Células-tronco elevam risco de 2º infarto, diz estudo

Em Londres

28/06/2012 10h22

Após um infarto, as células-tronco viajam desde a medula espinhal até o baço e aumentam o risco de uma segunda parada cardíaca, segundo um estudo de cientistas americanos publicado na última quarta-feira (27) pela revista científica Nature.

Nove em cada dez pessoas que sofrem infarto do miocárdio pela primeira vez sobrevivem, mas depois do primeiro ano correm um risco maior de reincidência, cerca de 18% mais, cujos motivos são desconhecidos.

Muitos desses pacientes sofriam aterosclerose, uma cardiopatia que se caracteriza pela acumulação de depósitos de gordura ou placas de ateroma na parede interna das artérias, que, segundo o autor principal do estudo, Matthias Nahrendorf, aumentam ainda mais depois do primeiro infarto.

"Descobrimos que, após um infarto do miocárdio, células-tronco do sangue viajam desde a medula espinhal até o baço, onde produzem mais células inflamatórias", disse à Agência Efe Nahrendorf, membro da Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard e pesquisador do Hospital Geral de Massachusetts (Boston, EUA).

Essas células do baço viajam depois à placa de ateroma, que obstrui a circulação do sangue, e contribuem para seu crescimento e inflamação, o que explicaria por que a repetição do infarto é tão comum.

Segundo Nahrendorf, o estudo mostra que os médicos devem prestar atenção não somente à placa e ao estado das artérias, mas também ao paciente completo, inclusive as células-tronco do sangue.

Os pesquisadores observaram a evolução da placa aterosclerótica em ratos vivos mediante imagens moleculares e estudaram por microscópios o comportamento das células da medula.

Nahrendorf considera que este trabalho proporciona uma nova perspectiva terapêutica para tratar a aterosclerose focando nas células-tronco do sangue.

Esta descoberta abre uma nova via para potenciais tratamentos anti-inflamatórios. "Os remédios disponíveis atualmente combatem o colesterol do sangue e a pressão alta. Agora podemos explorar como a modificação das propriedades das células-tronco do sangue afeta o crescimento da placa aterosclerótica", ressaltou o especialista