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Vacinas contra ebola não estarão prontas antes de março de 2015, alerta OMS

Em Genebra

01/10/2014 16h02

As duas vacinas que presumivelmente serão escolhidas como um sistema de imunização efetivo e confiável para lutar contra o vírus do ebola não estarão prontas até março de 2015, informou nesta quarta-feira (1º) a OMS (Organização Mundial da Saúde).

"O desenvolvimento de uma vacina normalmente leva tempo e é notoriamente caro. Mesmo nas melhores condições e com o esforço em massa de muitos envolvidos, um número significativo de doses não estará disponível até o final do primeiro trimestre de 2015", afirmou o organismo mundial.

Em comunicado, a OMS resume o encontro de dois dias em Genebra entre especialistas de várias áreas (epidemiologistas, virologistas, farmacêuticos, governos e as empresas envolvidas, além de analistas de saúde pública) para avaliar a possibilidade de criar e produzir as vacinas contra o ebola.

Normalmente o desenvolvimento de uma vacina leva entre dois e quatro anos, especifica o documento, e, embora neste caso o processo tenha sido acelerado ao máximo, todos os períodos de controle serão cumpridos.

"A ambição é completar em poucos meses o trabalho que normalmente leva de dois a quatro anos, sem comprometer os padrões internacionais de segurança e eficácia", assinala o texto.

A primeira das duas vacinas, cAd3-ZEBOV, está sendo desenvolvida pela companhia GlaxoSmithKline (GSK) em colaboração com o Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos.

A segunda, rVSV-ZEBOV, foi desenvolvida pela Agência de Saúde Pública do Canadá, mas a licença de comercialização pertence à empresa americana NewLink Genetics, de Iowa.

A primeira está sendo testada nos Estados Unidos, no Reino Unido e, a partir da próxima semana, no Mali. Por sua parte, os testes da NewLink Genétic acontecem nos Estados Unidos e, em breve, na Alemanha.

O principal problema é que para que tudo isso seja possível são necessários fundos para financiar os estudos prioritários e assegurar a produção da vacina.

Na nota, a OMS incide na necessidade de que alguns "doadores internacionais importantes deveriam anunciar doações para que estes períodos de desenvolvimento possam ser realizados sem demora".

A OMS já deixou claro que não se planeja nenhuma vacinação em massa porque a prudência deve prevalecer.

Quando uma ou as duas vacinas experimentais estiverem disponíveis, a prioridade será para as equipes sanitárias que atendem os doentes de ebola.

Em seis meses, o ebola infectou 6.553 pessoas e causou a morte de 3.100, o que a transformou na maior epidemia desta doença jamais registrada desde que o vírus foi descoberto em 1976 na República Democrática do Congo (antigo Zaire).