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OMS altera situação epidemiológica do país devido à febre amarela

15/01/2008 08h40

São Paulo - Após a confirmação de casos de febre amarela no Brasil neste ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) modificou a situação epidemiológica do País e passou a recomendar que todos os viajantes com destino a áreas de mata e floresta no Brasil se vacinem contra a doença. A alteração foi comunicada aos órgãos de saúde do mundo todo na sexta-feira, em concordância com o governo brasileiro, cujo Ministério da Saúde enviou informações à Organização das Nações Unidas.

Antes da mudança, apesar de constar no regulamento sanitário da OMS como um país em que há risco de transmissão da doença, o Brasil estava apenas na lista das nações que exigem a vacinação de pessoas provenientes de áreas com risco. Em resumo, de nação em posição defensiva, passa a ser considerado um país que tem de se preocupar em não espalhar a doença pelo mundo.

"O país deixa de ser uma nação que só evita que a doença ingresse em seu território e passa a se preocupar também em não contribuir com a propagação internacional da febre amarela", afirmou ontem Ruben Figueroa, gerente da unidade técnica de prevenção e controle de doenças da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), braço da OMS nas Américas.

Como se trata de recomendação, e não de exigência, o Brasil não poderá vetar a entrada de estrangeiros que não forem vacinados contra a doença. No mundo, há nações nesse status de obrigatoriedade, em que a vacina é condição para se entrar no país. Para se alcançar esse patamar, é necessário um aval de um comitê internacional de experts. Segundo Figueroa, a situação epidemiológica do Brasil pode ser transitória, está em avaliação, daí a OMS decidir apenas fazer a recomendação. Ele destacou ainda que a organização não vê risco de epidemia no Brasil.

Alerta

No sábado, morreu em Goiás um turista espanhol com suspeita de febre amarela. Sua família reclamou da falta de informações sobre a necessidade de vacina. De dezembro até agora, foram confirmados três casos de febre amarela no País, com duas mortes. Há outros 17 em investigação.

Os dirigentes da Opas em Genebra afirmaram que novos casos humanos de febre amarela deverão ainda surgir no Brasil nos próximos dias e sugeriram que os esforços de vacinação sejam mantidos. "O atual ciclo (da doença) é intenso e extensivo, cobrindo uma vasta área do centro do Brasil", afirma um documento preparado pela OMS sobre a situação no País.

Para a entidade regional da OMS para as Américas, o ressurgimento de casos ocorre no Brasil a cada cinco ou sete anos desde 1930. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.