Topo

Análise de saliva pode identificar câncer de mama, diz pesquisador

06/06/2008 17h34

São Paulo - Nos últimos anos, pesquisadores vêm se esforçando para encontrar marcadores de risco para o câncer no sangue e na saliva. Estes marcadores são substâncias que podem ser produzidas por alguns tumores e cuja presença no sangue ou na saliva poderia indicar a existência do câncer. Se bem sucedidas, estas pesquisas representariam maneiras de se diagnosticar a doença sem o advento de dores ou constrangimento aos pacientes. O objetivo do pesquisador Charles Streckfus, do Departamento de Ciências Diagnósticas da Universidade do Texas, é que no futuro as mulheres tenham uma alternativa à mamografia, considerada por muitas um exame incômodo.

Cirurgião dentista, Streckfus também é conhecido por ser um especialista em saliva. E ele pesquisa maneiras de se diagnosticar a doença através deste fluido corporal. Segundo a pesquisa de Streckfus, que foi publicada na revista científica Cancer Investigation, o câncer de mama produz uma mudança na quantidade e nas características das proteínas encontradas nas glândulas salivares.

"É muito simples. A mulher masca um pedaço de goma e cospe em um copo. É isto. Isto poderia ser feito por dentistas no exame oral de rotina", explica Streckfus, que conduziu a pesquisa na Universidade Johns Hopkins e no Instituto Nacional de Pesquisa Craniofacial dos Estados Unidos.

No entanto, boa parte da idéia está construída sobre a responsabilidade das pacientes em visitar o dentista a cada seis meses. Por enquanto, o teste ainda está em fase de pesquisas, mas Streckfus espera que ele esteja disponível em dez anos.

Presente

Atualmente, já é possível diagnosticar diversos tipos de câncer nos consultórios odontológicos. Segundo o cirurgião dentista José Augusto Negrão, membro titular do Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial e sócio-diretor da clínica Easyimplant, o dentista deve prestar atenção em alterações da mucosa bucal. Áreas arroxeadas ou esbranquiçadas podem indicar patologias graves, segundo o especialista.

"É essencial não se ater somente aos dentes. Um bom exame vai salvar uma vida", finaliza Negrão.

AE

AE