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Fiscais lacram duas empresas de cosméticos no interior de São Paulo

Da Agência Estado<br>Em São Paulo

24/07/2009 08h30

Duas empresas de cosméticos localizadas na região de Marília, no interior de São Paulo, foram interditadas nesta quinta-feira (23) acusadas de adulterar os produtos utilizados para o cabelo. Cerca de 40 toneladas de medicamentos prontos e matéria-prima foram apreendidos. Além do formol, os fabricantes também estavam acrescentando de forma irregular o glutaraldeído, que pode ser utilizado somente como conservante de produtos em dosagens de até 0,1%. A ação surgiu a partir de denúncias de eventos adversos e de adulteração dos medicamentos que chegaram à Anvisa. Há relatos de consumidores que teriam comprado produtos para alisamento de cabelo e sofrido queimaduras de até 2º grau após o uso.

Manipular ou inalar por muito tempo fórmulas compostas por formol em laboratórios ou salões de beleza pode ser a porta de entrada para uma doença grave, incurável e ainda pouco conhecida: a esclerose lateral amiotrófica. Pessoas como o famoso físico britânico Stephen Hawking e o jogador de basebol Lou Gehrig tornaram a doença mais conhecida ao se revelarem portadores. Leia mais
RISCOS DO FORMOL
Em uma ação conjunta entre a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Polícia Federal (PF) e as vigilâncias sanitárias locais, os fiscais lacraram a Zap Cosméticos, em Echaporã, e a Gemin Cosméticos, em Marília. Segundo a Anvisa, na Gemin foram encontradas evidências de que a empresa estava fabricando alisantes clandestinos com limites de formol bem acima do que permite a legislação.

Enquanto as normas sanitárias permitem somente 0,5% de formol em produtos cosméticos, a fábrica adicionava 15% nos produtos para cabelo. A empresa notificou na Anvisa a fabricação de xampu e condicionadores, mas estava vendendo esses produtos adulterados como alisantes. Na segunda empresa, a Zap, foram encontrados rótulos de produtos cancelados e notas fiscais de venda para empresas que não existem.

Solange Spigliatti