Lula quer reunião com laboratórios sobre vacina para gripe suína
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sugeriu nesta sexta-feira em Assunção, durante a Cúpula de chefes de Estado do Mercosul, que seja realizada uma reunião com os principais laboratórios farmacêuticos com o objetivo de discutir a produção de vacinas contra a gripe suína. O objetivo é que a negociação com as empresas farmacêuticas seja feita "em bloco", o que daria maior peso às demandas dos países da região. A sugestão de Lula é de que o encontro aconteça paralelamente à reunião da Unasul (União das Nações Sul-Americanas), marcada para os dias 9 e 10 de agosto no Equador. A Organização Mundial da Saúde também seria convidada. Receio Durante os discursos na Cúpula do Mercosul, os presidentes dos quatro países do bloco se disseram preocupados com os critérios de distribuição da vacina, depois que ela for desenvolvida, e de remédios para a doença. Há o receio de que os países ricos recebam uma quantidade maior de vacinas em detrimento dos países pobres e em desenvolvimento. A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, chegou a defender a quebra de patente dos produtos relativos à doença, incluindo não apenas a vacina, mas também os medicamentos. O ministra da Saúde do Paraguai, Esperanza Martínez, sugeriu que os presidentes do Mercosul formalizassem seu desejo de que as vacinas e antivirais sejam considerados "bens públicos". A falta de consenso entre os quatro governos, no entanto, impediu uma declaração mais enfática sobre o assunto, que deverá ser novamente discutido no próximo mês. "Modelo" O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, disse em Assunção que "não necessariamente" a quebra de patentes é a melhor saída. "O Brasil tem tido uma boa experiência em parcerias com os laboratórios por meio da transferência de tecnologia", disse. Segundo Temporão, "é certo que faltarão vacinas" e que uma decisão conjunta dos países do Mercosul seria importante. "Mas ainda precisamos discutir o melhor modelo", diz. O Brasil é o único país da América do Sul em condições de produzir a vacina contra gripe suína. Mas, de acordo com Temporão, "o Brasil não dará conta sozinho de toda a demanda". Na avaliação do ministro, "todas as questões, sejam elas políticas ou técnicas, precisam ser melhor avaliadas".
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