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Estudo aconselha limitar ingestão de ácido fólico

Agência Estado<br>Em São Paulo

25/08/2009 09h40

Pesquisadores norte-americanos, em trabalho publicado na "Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS)", apontam que a fortificação de alimentos com ácido fólico só traz benefícios para a saúde quando a ingestão da substância não ultrapassa o limite de 0,4 miligrama por dia, recomendado tanto pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) quanto pelo FDA, órgão análogo nos Estados Unidos. Acima dessa concentração, o ácido fólico não é metabolizado e permanece algumas horas na corrente sanguínea antes de ser filtrado pelos rins e eliminado na urina.

Os cientistas argumentam que há poucos estudos sobre possíveis efeitos adversos causados pelo acúmulo da substância, mas há indícios de que possa contribuir para o aparecimento de alguns tipos de câncer. Por isso, sublinham a necessidade de mais pesquisas para estimar quanto ácido fólico deveria ser acrescentado artificialmente aos alimentos, além de pesar os benefícios conhecidos e os problemas possíveis da fortificação.

Desde 2001, empresas brasileiras que processam farinha de milho e de trigo devem adicionar 0,15 miligrama de ácido fólico para cada 100 gramas do produto. Medida semelhante adotada nos EUA aumentou em 0,2 miligrama a ingestão diária da substância. A ação, recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), visa a reduzir os casos de má-formação fetal causada pela deficiência do nutriente e a incidência de anemia na população em geral. Estudos norte-americanos, europeus e chilenos comprovam a eficácia da medida.

Hélio Vannucchi, da Universidade de São Paulo (USP), defende a fortificação, pois considera importante para prevenir problemas na gravidez. Mas considera oportuno o alerta do artigo para manter o consumo do ácido fólico entre os limites diários de 0,4 a 1 miligrama. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.